No Vaticano, a jornalista Maria Ressa, prémio Nobel da Paz, alertou sobre os efeitos da tecnologia, afirmando que “recompensa a mentira” e compromete a verdade. Durante o Jubileu da Comunicação, que reuniu cerca de 9 mil jornalistas de 138 países, Ressa apelou ao compromisso dos profissionais para defenderem a verdade como base da confiança. A diretora da plataforma ‘Rappler’ sublinhou a importância das religiões, destacando os seus valores éticos e a sua “voz profética” perante as narrativas dominadas pelo “medo, raiva e ódio”.
A Nobel da Paz, que foi presa pelo governo filipino, condenou a violência online, apontando as redes sociais como “armas de engenharia comportamental”. Em sua intervenção, que gerou uma ovação, denunciou o papel das “big tech” na manipulação das guerras por meio de desinformação e algoritmos. A jornalista pediu aos comunicadores que “colaborem” e protejam os mais vulneráveis, destacando que “a esperança é ativa e estratégica”.
O evento contou ainda com intervenções de Paolo Ruffini, prefeito do Dicastério para a Comunicação, e de Colum McCann, que alertou para a solidão e o isolamento, e destacou a importância das histórias na construção de uma humanidade unida.