Na manhã desta sexta-feira, 27 de junho, o Santuário de Fátima acolheu a celebração dos jubileus sacerdotais de vários presbíteros ligados à Diocese de Leiria-Fátima, numa Missa presidida por D. José Ornelas, bispo diocesano. A Eucaristia decorreu na solenidade do Sagrado Coração de Jesus, data em que a Igreja recorda, de forma especial, o dom do sacerdócio.
Na saudação inicial, D. José Ornelas dirigiu palavras de proximidade aos padres jubilados, agradecendo-lhes o testemunho e a fidelidade. Foram nomeadamente assinalados os jubileus do padre Augusto Gomes Gonçalves, padre Joaquim Beato (ao serviço da Diocese do Algarve), padre Joaquim de Jesus João, padre Pietro Plona (missionário da Consolata) e padre Leonel Vieira Baptista, que celebrou 25 anos de ordenação. “Que o Bom Pastor torne cada dia o coração deles mais parecido com o seu Coração”, afirmou.
A homilia de D. José Ornelas destacou as imagens bíblicas do Coração de Jesus e do Bom Pastor como modelos para a vida e ministério dos sacerdotes. Sublinhou que o Coração de Cristo revela “a humanidade de Deus”, um coração que “ama, sofre e se compadece”, e que deve inspirar o modo de estar dos presbíteros no serviço ao povo.
“Foi Ele que nos chamou, de tal modo que o nosso coração seja modelado e transformado à imagem do seu Coração”, afirmou o prelado, sublinhando que esta união íntima com Cristo é a base da vocação sacerdotal e da missão na Igreja.
Referindo-se à imagem do Bom Pastor, lembrou que todos são antes de mais ovelhas no mesmo rebanho, e que a missão pastoral só se compreende a partir dessa pertença comum. “Há apenas um Bom Pastor que é Cristo”, disse, insistindo na necessidade de comunhão entre pastores e comunidades.
Para o bispo de Leiria-Fátima, ser pastor à imagem de Jesus implica disponibilidade para “cuidar, curar, animar, dar esperança”, mesmo nas adversidades. “O bispo não é dono da diocese, o pároco não é dono da paróquia”, afirmou com clareza, reforçando que o ministério deve ser vivido como serviço humilde, alegre e livre.
A homilia terminou com uma interpelação concreta inspirada na parábola da ovelha perdida, que marcou a liturgia do dia. “Não há rebanhos perfeitos, nem pastores perfeitos. O que se pede é que sejamos solícitos e misericordiosos”, afirmou D. José Ornelas, convidando todos os presentes a serem, nas palavras do Papa Francisco, “pastores com cheiro a ovelha”.
A celebração terminou com um momento de ação de graças pelos sacerdotes jubilados e pelo dom do ministério ordenado, vivido no coração da Igreja e ao serviço das comunidades.