Rezemos para que os crentes de diferentes tradições religiosas trabalhem juntos para defender e promover a paz, a justiça e a fraternidade humana.
ORAÇÃO
«Que todos sejam um» (Jo 17, 21).
Senhor, como é difícil esta tua palavra!
Ela convida-nos à fraternidade e, portanto,
à abertura ao teu Pai,
que é Pai de todos.
Dá-nos, Senhor, a graça de entender com o coração
que só através da consciência de que somos filhos,
e não órfãos,
é que poderemos viver em paz entre nós.
Tu és o único Deus, Vivo e atuante no mundo…
Mas custa-nos tanto o encontro
com aqueles que seguem diferentes religiões!
Precisamos da tua graça para reconhecer e valorizar
as muitas coisas que temos em comum,
e perceber que é possível viver
em convivência serena, ordenada e pacífica.
Tu és o ponto de partida.
Dá-nos um olhar de irmão, o teu olhar,
porque olhas com o coração
e amas cada pessoa,
seja de que religião for.
Apresentamos-te o nosso desejo
de trabalhar juntos pelo bem comum,
de acompanhar a vida, sustentar a esperança
e ser sinais de comunhão.
Senhor, faz de nós artesãos da paz!
Ámen.
REFLEXÃO
Durante este mês de outubro rezemos para que os crentes de diferentes tradições religiosas trabalhem juntos para defender e promover a paz, a justiça e a fraternidade humana.
Esta intenção ganha especial relevância no contexto do 50.º aniversário da Exortação Apostólica Nostra aetate, um documento do Concílio Vaticano II que revolucionou a relação da Igreja Católica com outras religiões.
A Nostra aetate é um documento histórico que abriu caminhos para o entendimento e o respeito mútuo entre a Igreja Católica e as demais religiões do mundo. Ao celebrar o seu 50.º aniversário, podemos refletir sobre o progresso realizado no diálogo inter-religioso desde a sua promulgação e reconhecer o trabalho que ainda está por fazer para que alcancemos a visão de fraternidade universal que propõe.
Num mundo frequentemente dividido por tantos interesses que instrumentalizam a religião, o diálogo inter-religioso oferece um caminho de compreensão e reconciliação, demonstrando que é possível superar as diferenças em nome de objetivos comuns como a paz e a justiça.
O diálogo inter-religioso é uma poderosa ferramenta no desmantelar dos desentendimentos na construção de pontes de compreensão e cooperação. Ao trabalhar juntos, os crentes das diferentes tradições podem demonstrar que, além das diferenças teológicas, existe um compromisso partilhado, fundado em valores universais, que pode conduzir a humanidade a um futuro mais pacífico e justo.
Finalmente, recordemos os esforços feitos durante a vida e ministério do Papa Francisco como um modelo inspirador na promoção do entendimento entre as diferentes tradições religiosas, demonstrando que é possível trabalhar juntos por um mundo mais fraterno.
ATITUDES
Colaborar pelo bem comum
Põe o teu foco naquilo que te une àqueles cuja fé é diferente da tua, para assim cooperarem no bem que podem fazer juntos.
Conhecimento e respeito mútuos
O respeito sagrado por aqueles que não partilham a mesma fé é a base para promover o encontro. Como podes crescer no respeito e no conhecimento profundo daqueles que pensam de forma diferente?
Aprender com os outros
Estabelece relações com irmãos e irmãs de diferentes religiões, valorizando o seu testemunho em favor do bem comum. Que o teu testemunho inspire outros a amar mais a Deus.
Rezar juntos pela humanidade
Reservas tempo para a oração? Lembra-te que, ao rezar, te unes a todos os crentes e pessoas de boa vontade em favor da humanidade.
Defender e promover a paz
Como podes colaborar com aqueles que ajudam os mais desfavorecidos e promovem o cuidado pela criação? Vive o teu amor por Deus em comunhão com outros crentes que, embora de tradições diferentes, buscam o mesmo.