A solenidade da Imaculada Conceição, comemorada a 8 de dezembro, é um feriado nacional em Portugal, reconhecendo a importância espiritual e identitária da data no país. O dogma da Imaculada Conceição foi proclamado a 8 de dezembro de 1854, através da bula ‘Ineffabilis Deus’, que afirmou a santidade de Maria, preservada do pecado original desde o seu nascimento.
A primeira celebração do culto teve lugar em Coimbra, na Sé Velha, a 8 de dezembro de 1320. A Diocese de Coimbra assinala este ano os 700 anos desse evento, após a assinatura, em 17 de outubro de 1320, da constituição diocesana que instituiu a festividade. A ligação de Portugal à Imaculada Conceição tornou-se ainda mais marcante em 1385, após a vitória das tropas de D. Nuno Álvares Pereira na Batalha de Aljubarrota. Em agradecimento à vitória, o Santo Condestável fundou a igreja de Nossa Senhora do Castelo, em Vila Viçosa, consagrando-a à Imaculada Conceição.
Este culto cresceu ao longo dos séculos, tornando-se um símbolo nacional, especialmente durante o movimento de restauração da independência de Portugal no século XVII. Após a independência de Portugal, D. João IV, no contexto das cortes de 1646, coroou a Imagem de Nossa Senhora da Conceição de Vila Viçosa como Rainha e Padroeira de Portugal. Esta decisão teve forte impacto religioso, com a Universidade de Coimbra, através dos seus intelectuais, a apoiar o dogma da Imaculada Conceição, promovendo um juramento solene.
O movimento em honra do dogma continuou após a sua proclamação, com o objetivo de erguer um monumento nacional. Este desejo concretizou-se em 1869, com a conclusão de um monumento no Sameiro, em Braga, e, em 1904, a coroação solene da imagem no santuário da Imaculada Conceição em Braga.