Pedro Carvalho, nomeado coordenador do Departamento Nacional da Pastoral Juvenil (DNPJ), destacou a importância de a Igreja se aproximar das novas gerações, especialmente através de canais de comunicação eficazes. Segundo o novo responsável, é necessário ultrapassar a dificuldade de “meter a Igreja no algoritmo dos jovens”, tanto nas redes sociais como na vida cotidiana. Para ele, mais do que estar presente nas redes virtuais, a Igreja deve criar “redes de jovens” que possam unir as gerações.
Carvalho, leigo da Diocese de Aveiro, assumirá a função a tempo inteiro, com o compromisso de ouvir os jovens e entender as suas inquietações. “Quero escutá-los, compreendê-los e ler os sinais dos tempos com eles”, afirmou, destacando que o maior desafio será “ousar sonhar coisas grandes” com as novas gerações, acolhendo seus sonhos e receios.
O responsável também sublinhou que, em um cenário pós-pandemia, é essencial compreender as fragilidades dos jovens, que passaram a adolescência em um contexto de grandes mudanças. Para Carvalho, a Igreja deve adotar uma linguagem simples e acessível para se conectar melhor com os jovens.
Em relação à crise de abusos sexuais que afetou a Igreja, o novo coordenador afirmou que a Igreja está a trabalhar para reconquistar a confiança dos fiéis, colocando a questão no centro das suas preocupações. “Temos de garantir que a Igreja seja uma casa segura para todos”, afirmou.
Sobre a JMJ Lisboa 2023, Carvalho considerou a edição do evento como um grande exemplo de “Igreja Sinodal” e afirmou que a sinodalidade deve continuar a ser aprofundada na Pastoral Juvenil. A edição de 2023 reuniu mais de 1,5 milhões de jovens e foi marcada pela passagem simbólica dos símbolos da JMJ para Seul, cidade que sediará o próximo encontro internacional, em 2027.
A Jornada Mundial da Juventude continua a ser vista como um marco de união e partilha entre os jovens e a Igreja, onde, segundo Pedro Carvalho, se viveu a verdadeira sinodalidade.