Grupo Vita destaca adesão crescente à formação sobre prevenção de abusos

Lisboa, 21 jan 2025 (Ecclesia) – O Grupo Vita sublinhou a “adesão crescente” das estruturas católicas às ações de formação e prevenção de abusos de menores, registando um aumento de 59% nos últimos seis meses, abrangendo 2700 pessoas.

Rute Agulhas, coordenadora do Grupo, destacou a colaboração de 50% das dioceses e manifestou confiança em alcançar 100% nos próximos meses. As iniciativas focam a “tolerância zero” e a criação de canais de denúncia, promovendo mudanças na cultura eclesial.

Um relatório, apresentado em conferência de imprensa, revelou que catequistas valorizam a formação, mas apontam desafios como a limitação de tempo para abordar o tema na catequese. Estudos adicionais indicam que crenças que legitimam o abuso sexual dificultam a adoção de medidas preventivas entre professores de Educação Moral e Religiosa Católica.

Rute Agulhas apelou à superação de mitos associados à prevenção e destacou a criação de programas específicos para crianças, como o “Programa Girassol” e o “Lighthouse Game”. “É essencial trabalhar diretamente com as crianças”, afirmou.

Reforço do compromisso com reparação às vítimas de abusos sexuais

O Grupo Vita, dedicado ao acompanhamento de casos de violência sexual no contexto da Igreja Católica em Portugal, sublinhou, no relatório a importância da reparação às vítimas. Desde junho de 2024, o organismo recebeu 61 pedidos de compensação financeira, 40 de homens e 21 de mulheres.

O relatório destaca que, em muitos casos, as vítimas já haviam sido ouvidas anteriormente pelo grupo. Apenas 15 pessoas recorreram pela primeira vez ao organismo exclusivamente para solicitar compensação. O processo de escuta tem sido conduzido com cuidado para evitar revitimização, permitindo que algumas vítimas encontrem alívio ao partilhar as suas experiências.

O documento refere ainda o regulamento desenvolvido pela Conferência Episcopal Portuguesa (CEP) e pela Conferência de Institutos Religiosos de Portugal (CIRP), que prevê a análise individual dos pedidos por duas comissões independentes. Não existe um limite predefinido para os montantes das compensações, sendo avaliado o impacto específico de cada caso.

O Grupo Vita, que funciona há um ano e meio, destaca a necessidade de enfrentar o passado e promover um ambiente seguro na Igreja, com foco na justiça e no cuidado. O prazo para pedidos de compensação foi alargado até 31 de março de 2025, mas o organismo garantiu flexibilidade para casos futuros.

Registo de 118 vítimas e reforço de atuação contra a violência sexual na Igreja

O Grupo Vita identificou 118 vítimas nos últimos 20 meses. O relatório de atividades revela que 70 situações foram comunicadas às estruturas eclesiásticas e 25 às autoridades judiciais. Entre as vítimas, 40% denunciaram os abusos pela primeira vez, sendo que 21% o fizeram diretamente ao grupo.

A maioria dos casos ocorreu entre as décadas de 60 e 80, envolvendo crianças de 10 e 11 anos. Cerca de um terço das situações deu-se em espaços religiosos, como confessionários e sacristias. O relatório destaca ainda o impacto emocional das vítimas, muitas vezes marcado por medo, culpa e vergonha.

O Grupo Vita recebeu 587 chamadas desde a sua fundação, em maio de 2023. Além do apoio psicológico, tem promovido a sensibilização e a prevenção, com brochuras e formação para as estruturas da Igreja. A coordenadora, Rute Agulhas, acredita que este trabalho é um exemplo para a sociedade.

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