A Fundação Fé e Cooperação (FEC) emitiu um comunicado, no contexto da COP29, a instar os líderes mundiais a adotarem “compromissos mais ambiciosos” na luta contra as alterações climáticas. A organização sublinha a necessidade urgente de eliminar todos os combustíveis fósseis e promover uma “transição energética justa para energias renováveis”.
Embora a COP28 tenha delineado um plano para uma “transição justa e equitativa dos combustíveis fósseis”, a FEC alerta que as políticas atuais continuam desalinhadas com esse objetivo. “Ainda se verifica financiamento público a infraestruturas intensivas em carbono e legislação que facilita o apoio a combustíveis fósseis,” reforça o comunicado, destacando que os subsídios a estas energias têm aumentado a nível global.
A 29ª Conferência das Nações Unidas sobre Alterações Climáticas, que decorrerá em Baku, Azerbaijão, entre 11 e 22 de novembro, reunirá mais de 190 líderes mundiais. A FEC propõe, além da eliminação dos combustíveis fósseis, a “implementação efetiva do Fundo Perdas e Danos”, aprovado na COP28, destinado a apoiar países vulneráveis, especialmente os mais afetados pelos impactos económicos e sociais das alterações climáticas.
“É essencial que essa aprovação se traduza em recursos financeiros adequados, de forma a que as nações e grupos sociais mais atingidos possam ter acesso efetivo aos fundos e soluções”, sublinha a ONG.
A COP29, segundo a FEC, representa uma oportunidade crucial para os líderes mundiais assumirem compromissos significativos na ação climática, que, se alinhada com objetivos sociais e económicos, pode impulsionar a redução da pobreza e o desenvolvimento sustentável e inclusivo. A organização defende que “o combate às alterações climáticas não implica apenas a preservação do ambiente, mas também a criação de oportunidades para um futuro mais inclusivo, promovendo trabalho digno, equidade social e respeito pelos direitos humanos”.
A FEC também destaca a necessidade de um esforço coletivo para a “Coerência das Políticas para o Desenvolvimento”, assegurando que os custos e impactos das alterações climáticas sejam partilhados de forma justa, com foco em apoiar as nações e comunidades mais vulneráveis.
A organização reforça ainda que a CIDSE, rede internacional de organizações católicas da qual a FEC faz parte, considera essencial estabelecer uma Nova Meta Quantificada Coletiva de Financiamento Climático, suficiente para enfrentar a crise climática e que tenha em conta as necessidades dos países em desenvolvimento.
Por fim, a FEC lembra que a justiça ambiental deve caminhar lado a lado com a justiça social, visando uma mobilização global para uma verdadeira transformação climática e social. A ONG estará representada na COP29 através da rede CIDSE, que, numa delegação conjunta de parceiros globais, apelará por decisões ousadas e transformadoras face à crise climática.