No passado sábado, a Moita Redonda, paróquia de Fátima, foi palco de uma noite inesquecível, marcada pela realização da II Noite de Fados, um evento que encheu a casa e a alma de todos os presentes. Ana Laíns e João Chora, acompanhados pelos talentosos Bruno Mira, na guitarra portuguesa, e Paulo Loureiro, no baixo, brindaram o público com atuações de grande emoção, tocando profundamente o coração de todos os que ali se reuniram.
O fado, um verdadeiro património imaterial da nossa cultura, é conhecido por expressar sentimentos que tocam as fibras mais profundas da nossa alma: a saudade, a paixão, a dor e a emoção. E tudo isso foi vivido de forma única na noite de fados da Moita Redonda. As vozes de Ana Laíns e João Chora, superbamente acompanhadas pela guitarra portuguesa e pelo baixo, fizeram-nos viajar por emoções intensas e inesquecíveis.
Para Ana Laíns, voltar à sua terra, onde tem as suas raízes, foi um momento de especial significado. Por este motivo, a Moita Redonda tornou-se o cenário perfeito para partilhar a sua paixão pelo fado com a sua gente. João Chora, igualmente emocionado, expressou a sua gratidão ao público, destacando a energia vibrante da sala cheia e o calor humano daqueles que ansiavam por viver uma noite única.
Vale a pena recordar que a primeira edição da Noite de Fados, realizada a 9 de março de 2019, também contou com uma casa cheia e com a presença das mesmas vozes carismáticas de Ana Laíns e João Chora. A continuidade deste evento reforça o laço com a tradição e a comunidade da Moita Redonda, criando uma ligação profunda entre as edições e a herança cultural do fado.
O enquadramento estava perfeito, e o verdadeiro encanto da noite não esteve apenas nas melodias que ecoaram na sala. A II Noite de Fados foi uma verdadeira celebração de reencontros e afetos, de partilhas entre amigos, família e comunidade. O tempo parecia não existir enquanto todos se entregavam ao espírito da festa e à força da tradição. A comissão da capela fez questão de oferecer a todos os presentes uma taça como recordação do evento, um gesto simples, mas profundamente simbólico, que trouxe ainda mais calor humano à noite.
“Roda, na Roda da Vida, tal como a natureza nos fez.” Esta frase é um trocadilho de palavras de dois grandes temas dos fadistas: Roda da Vida, de João Chora, e Roseiral, de Ana Laíns. Esta frase, que nos recorda o ciclo contínuo da vida e da tradição, é o reflexo do que a Moita Redonda representa: uma terra onde o tempo e as memórias se entrelaçam, sempre em movimento, sempre a renovar-se, tal como o próprio espírito da sua comunidade.
E como nos ensina o Livro de Eclesiastes (3:1): “Tudo tem o seu tempo determinado, e há tempo para todo o propósito debaixo do céu.” A Noite de Fados é um desses momentos, onde o tempo se revela em cada acorde, em cada palavra e em cada abraço. É um tempo de partilha, de encontro e de renovação da nossa fé e tradição.
A Moita Redonda, com as suas raízes profundas e a sua gente acolhedora, é um exemplo vivo da génese da tradição, que se mantém sólida através das gerações. É na união da sua história e na continuidade de eventos como a Noite de Fados que a verdadeira essência da comunidade se perpetua, onde a tradição do fado e o espírito de partilha se mantêm vivos.
A organização merece muitos parabéns por tornar este evento possível, e a todos os presentes e patrocinadores, a Comissão da Capela de Santa Luzia expressa a sua profunda gratidão. O desejo é claro: que este evento, que une fado, tradição e a vivência comunitária, se repita. Que a Moita Redonda continue a ser o palco onde o fado se entrelaça com as raízes e as memórias de todos.
A próxima edição será, sem dúvida, mais uma noite para recordar, cheia de emoção e união, como é próprio da nossa comunidade diocesana. Até lá, que o espírito da II Noite de Fados continue a viver nos corações de todos.
