Em terras de missão. Tristeza e alegria: flagrantes da vida real – II

No dia 10 de fevereiro, durante a nossa descida à cidade, ocorreu o óbito de uma criança que transportávamos para ser socorrida no hospital. A avó mostrou-se preocupada pelo facto de o menino não ter sido batizado. Com o óbito consumado, já não podia haver batismo.

Manda a tradição que haja festa. Porém, por não ser batizado, não houve música. Mas houve comes e bebes, especialmente funje, que é a comida usada de forma geral e universalmente nos meios mais rurais.

A penúria em que esta família vive obrigou-a a comprar uma quantidade razoável de fuba, obtendo do vendedor um crédito temporário que se estende até março.

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A equipa missionária subiu, de novo, para as montanhas, onde se situa a sede da missão, no dia 15 de fevereiro. Pelo caminho, fizemos um desvio para visitar esta família. Encontrámos a Maurícia, a mais nova das crianças daquela família, com um quadro clínico nada favorável. Montámos ali mesmo, de imediato, o consultório. Utilizando a luz dos telemóveis, preparámos a medicação.

A família aproveitou a nossa passagem para pedir que a missão lhe emprestasse o valor necessário para satisfazer a obrigação do pagamento da fuba. Curioso foi o facto de não ter pedido o dinheiro diretamente, mas de ter garantido que era para pagar. Com as ajudas que vêm de Portugal, a partir daqui, foi dada a orientação para fornecer o valor necessário.

Transcrevo o comentário do Padre Nuno Rodrigues, Missionário Espiritano, uma vez que o Facebook é de acesso a toda a gente: “Gostei de ler. A vida missionária é assim mesmo. Digam e peçam ajuda a toda a diocese de Leiria. Bastava que, de todas as receitas das festas dos ditos santos padroeiros, dessem 10% para os mais pobres, que são aqueles que servis abnegadamente na frente da missão. Depois, todos os padres da nossa diocese deveriam passar aí uns tempos para sentirem o que é a vida de sacerdote ao serviço dos que mais precisam. Boa missão.”

Entretanto, o Januário, outro dos irmãos, esteve connosco uns dias para tentarmos evitar o agravamento da situação de malnutrição. Descemos a 27 de fevereiro, deixando-o com a família. Voltámos a subir no dia 1 de março, desta vez encontrando as crianças numa razoável situação de saúde. Entretanto, faltam os alimentos.

Nesta família, revimos uma boa parte das famílias angolanas. Tudo está bem quando acaba bem. No meio de tantas dificuldades, o espírito de solidariedade e esperança prevalece. É na união e no apoio mútuo que encontramos força para superar desafios. Ousemos dar as mãos uns aos outros, levando conforto e esperança às famílias mais necessitadas. Juntos, somos mais fortes e capazes de transformar vidas, povos e países.

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