Aproxima-se a passos largos o termo do triénio pastoral que começou em 2020 e que deu destaque ao sacramento da Eucaristia. O próximo ano pastoral será marcado, por isso, pelo início de uma nova etapa com novos projetos e propostas de atuação na diocese de Leiria-Fátima.
Foi com esse objetivo no horizonte que, no dia 28 de março e por convocatória do bispo D. José Ornelas, estiveram reunidos os vigários forâneos representantes das nove vigararias, juntamente com o Conselho de Coordenação Pastoral.
Na reunião foi apresentado um projeto de ação pastoral para apreciação e discussão dos presentes que enquadra a realidade eclesial e social atual para perspetivar os próximos três anos. Concretamente, dá uma atenção especial aos temas que estiveram em evidência na Igreja nos tempos mais recentes, dando-lhes unidade a partir do sacramento do Batismo. Esta opção resulta da atenção que o Papa Francisco tem dado à importância dos ministérios laicais e respetiva instituição, confirmada no processo sinodal e no resultado da chamada “consulta alargada ao Povo de Deus”. Nesta linha, e de acordo com o documento preparatório da reunião, “o sacramento do batismo é o ponto de unificação destas linhas de força da ação pastoral diocesana para o triénio 2023-2026”, acrescentando que é nele que “nasce também a força, o desejo e a necessidade de caminhar juntos, numa Igreja cada vez mais ministerial que promove a corresponsabilidade de todos os seus membros”.
Continuar a caminhar em Diocese
Constata-se que são cinco as “linhas de força” que poderão definir os próximos três anos, a saber: a caminhada sinodal, os jovens, os menores e adultos vulneráveis, a distribuição geográfica da Diocese e ainda a celebração do Ano Santo em 2025. Na prática, o percurso proposto para a Diocese assume a atualidade da Igreja e pretende dar uma resposta objetiva através da realização de metas concretas. A título de exemplo, e pegando no processo sinodal em curso, prevê-se que, no final deste triénio, haja um conjunto de catequistas, leitores e acólitos instituídos a exercer a sua vocação batismal, exista um grupo de candidatos ao diaconado permanente a fazer a sua formação específica e que a maior parte das paróquias ou unidades pastorais tenham conselhos pastorais a funcionar.
No que diz respeito à questão específica que envolve as vítimas de abusos sexuais, a Igreja diocesana quer procurar formas de ir ao “encontro das vítimas, ter em execução um plano geral de formação e prevenção, e pôr em ação um guia de boas práticas para os agentes pastorais, clérigos e leigos. Salienta-se ainda que “todos temos o dever de acolher, com generosidade, os menores e as pessoas vulneráveis e criar para eles um ambiente seguro, atendendo de maneira prioritária aos seus interesses”.
Um dos aspetos muito práticos do plano, tem a ver com a distribuição geográfica das paróquias e vigararias. Apesar de ser uma questão que já está a ser debatida há vários anos, confirma-se a urgência da sua execução a partir destes dois princípios: reestruturação das vigararias e sua divisão em unidades pastorais com a maximização do trabalho em rede no seu interior e a constituição de comunidades sacerdotais que diminua o isolamento dos sacerdotes e potencie a sua ação pastoral.
O projeto pastoral continuará a ser discutido em diversas instância da diocese de Leiria-Fátima. Depois desta fase, prevê-se que D. José Ornelas publique uma carta pastoral que sistematize estas ideias e sirva de documento orientador para a Igreja local para os próximos três anos.