A Diocese de Leiria-Fátima emitiu uma nota informativa sobre a programação de eventos culturais na antiga igreja da Misericórdia de Leiria, visando esclarecer algumas questões que têm sido levantadas nos últimos dias, sobretudo nas redes sociais.
O assunto que motivou algumas “manifestações de indignação” foi um evento cultural realizado naquele espaço, em abril passado. A esse respeito, o comunicado recorda que o edifício é propriedade da Santa Casa da Misericórdia de Leiria, que pediu Bispo diocesano a sua redução ao “uso profano”, em 2014, dado o “estado de degradação material e por esta instituição não ter meios para proceder à sua reparação”.
Em consequência dessa deliberação episcopal, o antigo templo deixou “de ser considerado lugar sagrado, tendo perdido a dedicação e bênção que lhe estavam associados” e foi cedido ao Município de Leiria “o direito de superfície do edifício por um período de 12 anos, para ser usado como Centro de Diálogo Intercultural”.
A Diocese comenta, ainda, que “alegrou-se pelo facto de o projeto de reabilitação do imóvel ter querido respeitar a traça histórica da igreja, a sua identidade artística e património religioso que, musealizado, continua, ainda que dessacralizado, a testemunhar o que o edifício foi enquanto lugar simbólico para a comunidade crente”.
Nessa linha, o Gabinete do Bispo Diocesano esclarece que “a gestão do edifício e a programação das suas atividades são da responsabilidade da Câmara Municipal de Leiria, não tendo a Diocese de Leiria-Fátima qualquer poder de interferência”. Ainda assim, a Diocese “espera, confiadamente, que haja capacidade de discernimento e bom senso a fim de respeitar a memória histórica e os símbolos cristãos do edifício, evitando situações que provoquem repúdio e sejam consideradas ofensivas à sua dignidade”.
Quanto ao “evento em causa, as autoridades diocesanas não tiveram conhecimento prévio, mas dialogaram já com as entidades envolvidas sobre este assunto”.
LMF