Este ano, a diocese de Leiria-Fátima comemora o dia da sua criação de modo mais solene. Nos últimos anos, o 22 de maio, dia da cidade de Leiria e feriado municipal, raramente tem sido marcado por festejos ao nível da sua circunscrição religiosa, apesar de ser a data que, em 1545, marca a sua criação. Essa terá sido a razão mais forte para que o bispo D. José Ornelas tivesse marcado para esse dia e o anterior a realização da Assembleia Sinodal Diocesana. Numa convocatória enviada muito recentemente, o prelado informa os destinatários do programa geral dos dias 21 e 22 de maio, sábado e domingo, respetivamente.
No sábado, a reunião começa no Seminário diocesano às 9h30 e estende-se até às 18h30. No primeiro dia de trabalhos, segundo palavras de D. José Ornelas, “viveremos a experiência da “comunhão, participação e missão” eclesial, recolhendo os contributos dos grupos, aprofundando e dialogando sobre os desafios que Deus coloca à nossa diocese e celebrando a alegria de ser Igreja em caminho”. Para os trabalhos desse sábado estão especificamente convocados os delegados sinodais, acompanhados de mais um elemento da realidade diocesana que representam, os membros do Conselho Pastoral e os membros do Conselho Presbiteral que, para este efeito, foi confirmado em funções.
Para o dia a seguir, domingo, 22 de maio, toda a Diocese é convidada a estar presente na Sé a partir das 17h00. Será na catedral de Leiria que irá ter lugar a sessão final e a Eucaristia, com final previsto para as 20h00.
Sínodo, lugar de sonhos e de conversão
A Igreja diocesana começou o caminho sinodal, como todas a Igrejas do globo, em outubro do ano passado. Na altura, o cardeal D. António Marto publicou a nota pastoral “Caminho sinodal, graça e imperativo para a Igreja”, em que dizia que “esta fase diocesana é muito importante: por um lado, permite a consulta e a participação mais amplas e envolventes possíveis do maior número de fiéis; por outro, é uma bela ocasião de fazer uma aprendizagem experiencial do método sinodal”. A partir daí, a Diocese envolveu-se num processo de discernimento individual e coletivo, reunindo-se em pequenos grupos de oração, escuta e partilha, que D. José Ornelas considera ser “uma bela e rica experiência da fé”. Na convocatória para a Assembleia, o bispo diocesano explica que, nos últimos meses “se descobriram e deram a conhecer pessoas, talentos e iniciativas que marcaram a história desta Igreja local, se revelaram fraquezas e omissões, estruturas demasiado rígidas e pouco acolhedoras, maneiras de ser e de estar pouco evangélicas”. Acrescenta ainda que “também aí se manifestaram sonhos, desejos e propostas de conversão pessoal e coletiva que hão de conduzir-nos a uma Igreja mais fiel a Deus e aos homens”.
A Assembleia Diocesana Sinodal marca o fim da fase preparatória do Sínodo dos Bispos para o qual o Papa Francisco quis envolver todos os membros da Igreja, independentemente da sua condição. Pela primeira vez na sua história, os cristãos foram chamados a participar ativamente neste processo. “Este sínodo — afirma o prelado na sua convocatória — não é apenas um evento extraordinário, não tem como objetivo chegar a belas conclusões, nem termina aqui; é um processo de conversão que há de transformar a nossa forma de ser e agir como Igreja.”
Convocatória: lefa.pt/?p=48147