Por estes dias, regressou à casa do Pai um homem bom. Não conhecemos a sua biografia, não contamos as suas realizações e o desenvolvimento que imprimiu no mundo empresarial, os galardões que recebeu e o impulso inovador que a sua visão de futuro trouxe às múltiplas atividades que desenvolveu, nem as iniciativas que impulsionou…
Era um ser humano com um potencial imenso, mas finito, um espírito forte num corpo frágil, um vencedor de muitas batalhas e perdedor de tantas outras… não somos omnipotentes. Soube estar dentro do seu tempo e ir para além dele, não trabalhou apenas, viveu também. Todos conheciam o homem simples, cordial e amigo de ajudar quem precisava. Deixou, com certeza, uma marca indelével na vida e no coração de muitos que o recordarão como um benfeitor.
Esta Comunidade conheceu o Comendador Manuel Barbeiro Costa há poucos anos, mas os suficientes para perceber nele alguém disposto a ajudar causas, pessoas e instituições que precisassem. Da sua generosidade somos também nós devedoras, pois, em diversas circunstâncias e de diversas formas, nos ajudou a ultrapassar alguns problemas, quer materialmente quer aconselhando, pois era alguém que “vê mais longe”. E fazia-o com simplicidade e naturalidade, sem pretensões nem ostentação, sem desejo de reconhecimento, louvores ou compensações. Ele, como nós, sabia que o tempo passa, a vida passa, os bens passam, o sucesso esquece-se, o que permanece é a caridade.
Nesta hora de despedida, associamo-nos a toda a Família em luto, especialmente aos seus filhos, Dra. Cristina e Dr. Manuel, aos dedicados netos, e a todos aqueles que, perto ou longe, foram beneficiários da sua generosidade, simpatia e em cuja memória permanece o bem que o Senhor Comendador derramou. Uma palavra de reconhecimento à Senhora D. Maria Madalena, que o acompanhou nos últimos anos, sobretudo no caminho da cruz.
Parafraseando S. António: calem-se as palavras e falem as obras, o bem realizado no silêncio do coração, para que a “mão esquerda não saiba o que faz a direita”, e o Deus que vê no segredo lhe conceda a recompensa.
Irmãs Clarissas de Monte Real,
Eternamente gratas!