A Conferência Episcopal de Angola e São Tomé (CEAST) lançou uma mensagem pastoral por ocasião dos 50 anos da independência de Angola, alertando para a persistente aspiração dos cidadãos a um bem-estar proporcional aos recursos e potencialidades do país.
“Não temos evidências de angolanos desejosos de voltar ao regime colonial português. Temos, sim, inumeráveis evidências de angolanos desejosos de bem-estar proporcional aos recursos e potencialidades do seu País”, afirmam os bispos, sublinhando que apenas uma Angola melhor honrará o sacrifício de quem lutou pela liberdade.
Os prelados advertem para o risco de se perpetuar a ideia de que a independência apenas transferiu privilégios para um grupo restrito, e exortam os responsáveis políticos, sociais e económicos a colocarem o seu saber ao serviço da Nação.
A mensagem, com 48 pontos e 26 alíneas, identifica “luzes” no percurso do país, como a afirmação da identidade nacional, a liberdade e o acesso à educação, mas também destaca “sombras” como a corrupção, a deficiente política educativa, os problemas de saneamento e a escassez de infraestruturas básicas.
A CEAST convida ainda à reflexão sobre o significado da independência, assumida como início de uma nova era, e reafirma o compromisso da Igreja com a reconciliação entre angolanos e portugueses, baseada na justiça e na amizade.