Assembleias vicariais sobre as unidades pastorais já começaram

Nestas assembleias irá ser partilhado o resultado das reflexões que foram feitas nas paróquias.
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No último fim de semana foi dado o pontapé de saída das assembleias que se vão realizar em todas as vigararias da Diocese de Leiria-Fátima. Em cima da mesa está a discussão acerca da criação das unidades pastorais. A primeira vigararia a reunir se com o bispo D. José Ornelas foi a dos Milagres, na sexta-feira à noite, no centro pastoral de Santa Eufémia. No dia seguinte foi a vez da Marinha Grande juntar-se nos Picassinos para debater sobre o que alguns chamam de comunidade de comunidades paroquiais. Falamos da futura criação de grupos de paróquias confiadas pelo bispo diocesano a uma equipa pastoral, presidida por um presbítero e orientada sinodalmente por um Conselho Pastoral, representativo das paróquias e setores pastorais.

Nestas assembleias irá ser partilhado o resultado das reflexões que foram feitas nas paróquias. Por sua vez, esta reflexão foi orientada para a resposta a três perguntas. Uma dessas perguntas, mais genérica, pedia que os leigos refletissem sobre “o que pede Deus a cada um de nós e à Igreja”. As outras duas questões, de caráter mais prático, procuravam perceber as diversas sensibilidades no que toca a possíveis agrupamentos de paróquias e identificar a abertura e dificuldades encontradas em cada comunidade “para um caminhar juntos com outras paróquias”.

Oportunidade para congregar sinergias

A assembleia da vigararia dos Milagres — que integra oito paróquias — contou com a presença de sete dezenas de representantes. Um dos maiores contingentes, foi a paróquia de Amor que, de acordo com um dos seus paroquianos, considerou ser esta uma “oportunidade para congregar sinergias”. Para Leonel Jorge, a decisão de avançar para as unidades pastorais apenas peca por tardia. “Caso tivesse acontecido há alguns anos, quando a Igreja estava mais viva e participativa, seria mais fácil, pois haveria a possibilidade de encontrar leigos mais novos disponíveis e com vontade de servir a Deus através dos vários serviços e movimentos”, justificou.

O papel do laicado feminino também foi destacado e é uma aposta que deve ser continuada para permitir às mulheres assumirem tarefas anteriormente permitidas apenas aos homens.

Já o porta-voz da paróquia do Arrabal chamou a atenção para os conflitos de interesses que possam existir na nova distribuição geográfica e que podem levar à rejeição do novo modelo de Igreja diocesana. No entanto, é de salientar a disponibilidade dos presentes para aceitarem a ligação com qualquer paróquia, desde que esteja salvaguardada a identidade de cada uma. Para isso, é importante ter em conta que “as pessoas, quando são motivadas, participam e envolvem-se”, como afirmou um paroquiano da Boa Vista, que defendeu a criação de equipas pastorais que sejam consistentes no trabalho em conjunto. Todavia, terão muitas dificuldades pela frente, já que “as pessoas não mostram abertura para que sejam os leigos a presidir às celebrações”. A resposta da Caranguejeira a esta questão sensível, passa pelo “afastamento do individualismo em que fomos crescendo”.

Deus capacita os escolhidos

Uma das questões abordadas é inevitavelmente a formação dos leigos. Neste aspeto, a paróquia dos Milagres considera que cada comunidade está muito fechada em si própria. Mesmo o representante de Regueira de Pontes acha que há “resistência à mudança devido ao peso das tradições”. No entanto, e dada a escassez de sacerdotes, sugere celebrações em modo rotativo para os centros de culto não serem fechados definitivamente. Justifica que, durante a pandemia, muita gente afastou-se da Igreja, porque a capela onde costumava participar na missa, deixou de ter serviço de culto.

A paróquia anfitriã fechou o périplo com palavras de motivação: “Deus não escolhe os capacitados, mas capacita os escolhidos”. Deixou, no entanto, bem claro que “o senhor bispo não vai ter uma tarefa facilitada”, ao que D. José Ornelas concordou na intervenção que fez a seguir.

O prelado referiu que a questão das unidades pastorais “não é pegar num mapa e fazer uns riscos”. Até lá, “temos de aprender a dizer o que temos a dizer, e a escutar o que os outros dizem”, afirmou. Também chamou a atenção para um dos grandes obstáculos que é o clericalismo. Neste particular, considera haver leigos que fomentam esta Igreja demasiado centrada nos padres.

D. José Ornelas deixou ainda uma referência especial aos jovens: eles devem ter lugar na nossa vida.

Próximas assembleias

Assembleia Vicarial de Monte Real: 19 ABR. 2024, SEX. 21:00
Assembleia Vicarial da Batalha: 21 ABR. 2024, DOM. 15:30, no Centro Paroquial das Pedreiras
Assembleia Vicarial de Ourém: 24 ABR. 2024, QUA. 21:00
Assembleia Vicarial de Leiria: 27 ABR. 2024, SÁB. 09:30
Assembleia Vicarial de Fátima: 27 ABR. 2024, SÁB. 16:00 – 18:00
Assembleia Vicarial de Porto de Mós: 28 ABR. 2024, DOM. 15:00
Assembleia Vicarial das Colmeias: 30 ABR. 2024, TER. 21:00, no Salão Paroquial das Colmeias

Assembleia Vicarial dos Milagres 2024-04-02

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Captura de ecrã 2024-04-17, às 12.19.04

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