Assembleia Sinodal Diocesana: quando se pega no Evangelho nada fica como é costume

O bispo diocesano, D. José Ornelas, presidiu à Eucaristia que culminou dois dias de trabalho e, na homilia, falou da importância que o processo sinodal tem para a Igreja.

A Assembleia Sinodal Diocesana que se realizou no fim de semana de 21 e 22 de maio, encerrou com a celebração eucarística na Sé de Leiria. Nela estiveram presentes os delegados que dinamizaram o processo nas diversas comunidades da diocese de Leiria-Fátima.

O bispo diocesano, D. José Ornelas, presidiu à Eucaristia que culminou dois dias de trabalho e, na homilia, falou da importância que o processo sinodal tem para a Igreja e fez um paralelismo com alguns momentos marcantes do cristianismo, nomeadamente o que foi descrito na primeira leitura da liturgia de domingo.

VÍDEO
https://youtu.be/t04ol205-4g

Para D. José é claro o caminho a seguir. “Temos de continuar a fazer o que fizemos hoje; [o processo sinodal] não é um acto único, não é apenas um ritual para, depois, fechar o assunto e… ‘business as usual’”, expressão inglesa que, numa tradução livre, significa “fazer o costume”. O prelado desenvolveu a ideia, explicando que “quando se pega no Evangelho a sério, nada fica “as usual” [como habitual], algo tem de mudar, nós temos de mudar, a Igreja tem de mudar; trata-se de responder positivamente ao que Deus nos pede”.

O bispo de Leiria-Fátima começou a homilia por se referir à mesa que se encontrava, excecionalmente, à frente do altar, que, antes da celebração, tinha sido a mesa da presidência da Assembleia Sinodal Diocesana e a partir da qual fora apresentada a síntese das respostas que os grupos enviaram à comissão diocesana. “Pedi, simbolicamente, que essa mesa ficasse aí, porque foi à volta dela que apresentámos a realidade das nossas comunidades, trouxemos preocupações, trouxemos algumas coisas menos luminosas, mas trouxemos, também, as experiências de uma vitalidade das nossas comunidades”, enquadrou. Foi também em direção a essa mesa que os delegados sinodais, no início da celebração, fizeram a procissão de entrada com a vela que foi atribuída a cada paróquia. Vela essa que, segundo as palavras do bispo, representa “a luz que é sempre frágil e que é preciso de ser protegida dos ventos”.

Agora, à mesa inicial, juntavam-se as mesas da palavra e da eucaristia, “onde trazemos à presença do Senhor o que deixámos na primeira mesa”. D. José afirma que a deposição das respostas diante de Deus “é o verdadeiro discernimento espiritual”. 

A primeira leitura da liturgia da Palavra, um excerto dos Atos do Apóstolos que relata parte do Concílio de Jerusalém, serviu de mote para aprofundar aquilo que é verdadeiramente um sínodo. O primeiro concílio da história resulta de “uma Igreja que se confronta com problemas” e serve de exemplo de como deve ser o processo de resolução desses problemas, começando pelo envio de representantes da comunidade para Jerusalém para falar com os apóstolos. D. José Ornelas deixou bem claro que, desde o início da sua história, a Igreja teve sempre problemas e confronto de ideias, porque “não é construída de unanimidades, mas de diversidades”.

O bispo de Leiria-Fátima, deu ainda um exemplo da sua experiência pessoal recente. “Neste dias fui a Roma, para falar com os anciãos, com os apóstolos”, numa referência à sua estadia em Roma com outros bispos portugueses na semana anterior, para esclarecer algumas questões sobre a problemática dos abusos sexuais e da abertura dos arquivos diocesanos para investigação. “A Igreja não é uma questão de contar votos, uma questão de maiorias”, justifica, “mas funda-se nos apóstolos, vai às suas raízes”.

Um dos protagonistas do processo sinodal é o Espírito Santo, pois “uma Igreja apostólica é vivificada pelo Espírito”. E é esse Espírito que renova e dá força à Igreja e “eu senti que o Espírito falou através das nossas comunidades. “Não estamos aqui para nos acusarmos uns aos outros, mas para dar força; por isso precisamos de estar em sínodo constantemente, precisamos de caminhar juntos”, finalizou.

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