No dia 28 de setembro, durante a Assembleia Diocesana, foi realizada uma oficina temática sobre o ministério de acólito, onde se discutiram os desafios enfrentados pela Igreja neste ministério e nos restantes. O debate sublinhou a escassez de acólitos e a necessidade urgente de uma maior participação da comunidade para incentivar o despertar da vocação, tanto em crianças, como em jovens e adultos.
Um dos pontos centrais abordados foi o alheamento crescente em relação à Eucaristia e à compreensão dos sacramentos. Muitos fiéis olham para a Igreja apenas como um recurso a ser procurado em momentos de necessidade, seja para a celebração de um sacramento ou em tempos de fragilidade emocional. Este distanciamento reflete-se também na preparação para o Crisma, que é frequentemente visto como um sacramento de despedida, com os jovens a desligarem-se da Igreja após a sua celebração.
Os acólitos, segundo foi discutido, devem sentir o seu ministério como uma missão que cative e motive outros jovens, fazendo-os sentir parte integrante das suas paróquias. Contudo, foi destacado que muitos acólitos carecem de formação adequada e não compreendem plenamente o significado da sua presença no altar, comportando-se como se estivessem num ambiente informal. Esta situação exige que alguém com mais experiência e formação os guie, ajudando-os a crescer na sua missão.
O medo de serem gozados ou apontados é uma das razões pelas quais muitos jovens abandonam o ministério de acólito. Para contrariar este sentimento, foi reforçada a ideia de que o ministério deve ser encarado como uma missão que embeleza as Eucaristias, e que a família deve ser o berço desta vocação. Contudo, a Igreja não deve descurar as crianças e jovens oriundos de famílias desestruturadas, sendo necessário cativar o seu interesse e envolvimento.
Outro ponto de destaque foi a importância de identificar, dentro das paróquias, pessoas já envolvidas na comunidade que possam receber formação para se tornarem facilitadores do despertar vocacional. O envolvimento dos párocos neste processo é crucial para que estes sejam verdadeiros promotores do ministério de acólito.
Também foi referida a missão do sacristão, que, além de desempenhar funções práticas como abrir e fechar a igreja, preparar as alfaias e, por vezes, acolitar, deve ser envolvido na partilha desta missão. O sacristão não deve ver o acólito como um concorrente ou alguém que lhe retira tarefas, mas sim como um complemento que embeleza e enriquece a celebração litúrgica.
Esta oficina reforçou a necessidade de uma maior união e esforço comunitário para revigorar o ministério de acólito, promovendo o seu valor e a sua importância no seio das paróquias, como parte vital da vivência eucarística e do serviço à Igreja.