Amores de sempre

mos diálogos de Jesus com S. Pedro, que aconteceu durante os quarenta dias em que o Salvador ainda permaneceu na terra depois de ter ressuscitado.

Em tempo estival e de descanso, os amores tendem a ser fugazes e até fúteis, quase passatempos. Não será a altura de pensar neste tema de uma forma diferente, isto é, de amores para sempre, para todo o tempo de vida e para toda a eternidade? Apoiemo-nos na sabedoria do Papa emérito Bento XVI.

Numa das suas catequeses, ele recorda um dos últimos diálogos de Jesus com S. Pedro, que aconteceu durante os quarenta dias em que o Salvador ainda permaneceu na terra depois de ter ressuscitado. Jesus pergunta a Simão Pedro: “Tu amas-me?”. E este responde: “Sim, Senhor, sabes que Te amo.”

Bento XVI explica-nos o que nos passa despercebido. Ao perguntar “Tu amas-me?”, Jesus usa um verbo que, na versão grega, significa amar completamente, totalmente. Trata-se do verbo “agapáo”. Porém, S. Pedro não emprega o mesmo verbo quando diz: “Sabes que Te amo”. O papa explica que S. Pedro se tinha gabado de que seria capaz de acompanhar Jesus até à morte, mas negara conhecê-lo enquanto se aquecia, no pátio da casa de Pilatos, juntamente com criados e curiosos. Envergonhado, preferiu usar o verbo “fileó” que significa amor de amizade. Esta pergunta e resposta, com pequenas diferenças, repete-se por mais duas vezes. Consta que Jesus fez a pergunta recordando a Pedro as suas três negações. O Papa nota que perguntas e respostas usam sempre os mesmos verbos: “agapáo”, no caso de Jesus; “fileó” nas respostas de Pedro. Finalmente, segundo este Papa, Jesus aceita o “fileó” de Pedro porque sabe que ele, sem a ajuda divina, não tem capacidade para amar totalmente. Mais do que aceitar, Jesus confia em Pedro: “Apascenta as minhas ovelhas”, lhe diz no final da conversa, porque Ele lhe irá dar a ajuda de que necessitará. 

O Cardeal Ratzinger deve ter meditado e rezado tudo isto nas horas do Conclave que precederam a sua eleição. É natural que, em cada eleição, aumentasse o número de votos com o seu nome. Era o sinal de que a tão sonhada aposentação na sua amada Baviera e na companhia do irmão estava em perigo. As explicações que o Papa Bento dá nestas Catequeses parecem ter notas autobiográficas. E qual de nós, se for realista, não sentiu já o mesmo: “Desejo, mas não sou capaz de amar tanto!”.

Estes dois amores são comuns nos corações de todos os homens e mulheres de todos os tempos. São amores de sempre e sempre desejados. Dois são os sacramentos que Jesus deixou à humanidade para que se torne capaz de amar usando o verbo “agapáo”: a ordem sacerdotal e o matrimónio. S. Pedro e Bento XVI são dois homens que manifestam o poder da graça que Jesus oferece aos homens através do sacramento da ordem. Ambos sabiam que eram fracos, mas confiaram que Deus lhes daria a força necessária para “apascentar as suas ovelhas”.   O amor entre homem e mulher deve também ser conhecido e respeitado como um amor completo e integral, destinado à geração, proteção e cuidado de novas vidas. Estes amores têm vocação de eternidade.

 “ORAÇÃO E SANTIDADE, Catequeses ao Povo de Deus”, I Volume, pg. 214-215, por Bento XVI, Molokai Editora e Comércio Ltda. S. Paulo, Brasil

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