Ainda a Assembleia Diocesana: Leiria-Fátima, Igreja em transformação

Caminhos novos na diocese de Leiria-Fátima estão a acontecer de forma lenta, programada, ponderada e inovadora. Disso foi prova a assembleia diocesana que decorreu no passado dia 28 de setembro.

A jornada iniciou com uma conferência do padre Eduardo Caseiro que, literalmente, conduziu os participantes numa viagem sobre a história da igreja na sua inserção e implementação na sociedade. De ignorada a parceira para depois ser serva, a igreja foi adquirindo a sua identidade na história humana, dando continuidade à missão que o seu fundador lhe confiou.

A perspetiva histórica, apresentada de forma sábia pelo padre Eduardo, criou verdadeiro pano de fundo e ambiente para os trabalhos de grupos que se seguiram e que tinham como objetivo a partilha de experiências e de ideias sobre diferentes temas. Estes identificados como os mais pertinentes para a transformação pastoral que a diocese pretende realizar. Distribuídos por vários grupos, os participantes refletiram sobre o diaconado permanente, o ministério do catequista, do acólito, do leitor, do ministro das exéquias e das celebrações dominicais sem padre.

A moderação dos referidos grupos ficou a cargo de pessoas independentes, sem prévios esquemas ou ideias fabricadas. Deixar o Espírito falar foi o mote, numa verdadeira experiência sinodal.

E o resultado deste trabalho, feito de forma aberta à voz do Espírito, foi depois partilhado no plenário da tarde, já na sé de Leiria. Aquele que sopra onde quer, como quer e quando quer, fez convergir a reflexão dos diferentes grupos num mesmo sentido: dar voz aos que têm estado calados; acolher os que têm estado à margem; pescar à linha os que não têm sido pescados na rede; abrir a mente à novidade que incomoda e interpela; rasgar caminhos que têm estado fechados; ousar ir mais longe e acreditar que o amanhã nos espera e, finalmente, redescobrir o papel, a importância e a centralidade da comunidade na seleção e na missão confiada a cada um. Tudo isto na certeza de que estes são os desafios que Deus hoje pede a esta igreja particular.

A assembleia diocesana terminou com a celebração da eucaristia, mas na realidade continuou quando pelas 18h30, na igreja paroquial da Barosa, se deu início à unidade pastoral 2 (UP2). As paróquias de Marrazes, Barosa, Parceiros e Azoia foram as protagonistas desta nova forma administrativa e pastoral assumida pela diocese. A igreja encheu-se com a presença dos fiéis das 4 paróquias e, lido o decreto de instituição da UP2, foi apresentada a respetiva equipa sacerdotal: padre Vítor José Mira de Jesus (moderador), padre Bertolino Vieira e padre José Martins Alves.

No dia seguinte, os mesmos padres agora nomeados in solidum (em conjunto) foram apresentados como titulares, respetivamente, o padre Vítor para a paróquia de Marrazes, o padre Bertolino para a paróquia de Parceiros e o padre José Alves para as paróquias de Azoia e Barosa.

Foi um fim de semana em cheio, forte e com marcas de historicidade pelos acontecimentos que ocorreram. A diocese está de parabéns e os fiéis que acompanharam todo este processo são os verdadeiros protagonistas da novidade que aí vem.

Que o mesmo Espírito, que tudo inspirou, seja o timoneiro da barca que agora foi lançada ao mar.

O meu testemunho: envolvido na transformação

Reconheço que tudo o que se refere às unidades pastorais e seu funcionamento está ainda por definir de forma clara e tenho muitas interrogações, dúvidas e até receios. Mas sou um crente nesta forma de organizar o serviço pastoral e administrativo das nossas comunidades. Jamais imaginei que estaria presente nesta mudança e poderia ser agente ativo.

A verdade é que me sinto envolvido nesta transformação, que me trouxe a nível pessoal algum desconforto, alguma instabilidade até alguma tristeza.

Há oito anos na paróquia dos Marrazes, tendo em conta os anos de ambientação durante os quais acontecimentos estranhos ocorreram nesta paróquia, e depois com a inação que nos foi imposta pela pandemia, sentia-me agora, de há dois anos a esta parte, a começar a envolvência desta comunidade. Diria que estava agora preparado para começar a trabalhar. E eis que neste contexto sou convidado a fazer as malas, a dar lugar a outros e a preparar-me para uma aventura por terras que desconheço.

Porque acredito no projeto, por obediência ao meu bispo e sobretudo porque quero ser de Deus, sempre disse sim. Questionei, interroguei, chorei, pensei e rezei e no final a resposta que encontrei foi sempre a mesma: vamos em frente.

Nunca como nestes dias senti Deus a dizer-me “preciso de ti” e nunca como nestes dias me senti tão livre na resposta que lhe dei.

Cada um de nós terá que encontrar fundamento para as suas decisões e esta é a hora em que somos postos à prova para nos questionarmos sobre os porquês das nossas opções. Deus ou eu? O serviço ou o ser servido?

Estou feliz, sereno e tranquilo e peço ao grande protagonista destas transformações, o Espírito Santo, que me fortaleça, anime e encoraje (enfim me dê os seus dons) para que siga como seu servo e colaborador.

Formação sobre administração de bens da Igreja
22 de Fevereiro
, às 14:30
Encontro Interdiocesano de Catequistas
1 de Março
ENDIAD – Encontro Diocesano de Adolescentes
8 de Março
, às 09:30
Peregrinação Diocesana a Fátima
5 de Abril
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