A época natalícia está repleta de tradições populares que, ao longo dos anos, se vão atualizando de acordo com a evolução da sociedade. Antigamente, vivia-se o Natal de forma mais sóbria, dentro do que era possível. As famílias reuniam-se num convívio simples, e a tradição incluía sair à rua para ir à Missa do Galo, dar as boas-festas aos vizinhos e cantar quadras alusivas ao nascimento do Menino Deus.
Hoje, o Natal é muito diferente. Tornou-se um momento propício a festas, muitas das quais aproveitam esta quadra para dar brilho, cor e, por vezes, para promover alguns excessos de índole comercial.
É bonito ver as ruas da cidade iluminadas e enfeitadas, a presença das pessoas que se cruzam nas ruas, o brilho e a alegria no rosto das crianças, que se deslumbram com o ambiente festivo das decorações, dos embrulhos e de outras distrações que os adultos procuram proporcionar para as fazer felizes.
Mas o que é o verdadeiro Natal? Não vou aqui desenvolver ou ensinar. Apenas proponho uma reflexão: perante tudo o que vamos vendo e ouvindo, será que sabemos distinguir o verdadeiro Natal do Natal que nos é apresentado pela sociedade atual?
Nós, cristãos, procuramos viver esta época natalícia focados no Deus que quis nascer no meio de nós, tornando-se Homem através de uma Mulher escolhida, que aceitou com humildade essa missão.
É com este sentido que celebramos o Natal: como uma nova luz que brilha nas vidas daqueles que a esperam e a querem receber. É também nesse espírito que nascem os gestos solidários de instituições, empresas, grupos organizados e pessoas anónimas, que durante esta época dedicam mais atenção às pessoas vulneráveis e desprotegidas.
O Natal é alegria. Todos nós gostamos de ouvir os cânticos entoados em honra do nascimento do Deus Menino, entoados por crianças, adultos e músicos que, com os mais variados instrumentos, nos encantam com as suas melodias.
Foi esta magia que a Academia Mezzo tem espalhado por muitos lugares e que, mais uma vez, trouxe à igreja paroquial dos Marrazes. Sob a orientação do seu maestro, crianças, adultos e músicos ofereceram-nos momentos muito especiais de música, tanto vocal como instrumental, que nos ajudaram a viver o Natal com uma perspetiva e uma dimensão diferentes.
Que a mensagem deixada por estes músicos seja acolhida por todos os que a ouviram e transmitida àqueles que não tiveram a oportunidade de estar presentes.
Estes momentos são profundamente gratificantes, pois aproximam-nos uns dos outros. É Natal!