Estamos a celebrar os 100 anos do escutismo católico (CNE), um marco histórico para todos aqueles que, de alguma forma, foram ou são escuteiros.
A Junta Regional pretende, ao longo do ano em curso, realizar ações e atividades para assinalar este momento com os agrupamentos espalhados pela região e com a participação massiva dos jovens que fazem parte deste movimento.
Há 50 anos, foi assinalada esta mesma efeméride com o Acampamento Nacional na mata dos Marrazes. Foram dias fora do comum para esta localidade, que não estava habituada a grandes concentrações ou à movimentação de tantas pessoas vindas de todo o país ou do estrangeiro. O escutismo não era conhecido pela maioria dos habitantes; no entanto, as gentes de Marrazes foram acolhedoras e participaram com visitas ao campo, quando estas eram permitidas.
Lembro-me de assistir à construção monumental da grande arena, à abertura do campo com as entidades civis, religiosas e militares, aos momentos de convívio (fogo de conselho) e às visitas aos campos. Foi uma semana de grande intensidade e curiosidade para alguns de nós, para perceber a dinâmica do movimento e como poderíamos fazer parte de uma organização como esta para os jovens locais.
Foram muitas as conversas tidas na altura, por ocasião da visita aos campos com escuteiros acampados, onde nos deram ideias e demonstraram como era saudável participar neste tipo de atividades.
Quero salientar que, na época, os agrupamentos que existiam na região de Leiria eram o 127 de Leiria e o 36 da Marinha Grande. Posso dizer que era um escutismo de elite, ou seja, para quem tinha uma vida social mais elevada.
A partir da realização deste acampamento e com a viragem do ano 1974, tudo se alterou. Foi a partir deste Acampamento Nacional que surgiu o agrupamento que é hoje o 737 de Marrazes.