50 anos de escutismo nos Marrazes – V

Baden Powell, fundador do escutismo, deixou escrito, a partir das suas experiências de explorador e militar, o manual que ainda hoje é uma referência — ou a base — para quem quer trilhar o percurso no escutismo: O Escutismo para Rapazes.

Na sua última mensagem, ele afirma: “o melhor meio para alcançar a felicidade é contribuir para a felicidade dos outros. Ou seja, estar sempre pronto para servir”. É este o modelo de vida que se propõe a todos os jovens que desejam fazer parte deste movimento. O servir aprende-se nos jogos, nas aventuras, na construção de projetos e na vida em campo. Todos são convidados a colaborar nas mais diversas tarefas para que o grupo tenha êxito.

Hoje, temos na nossa sociedade homens e mulheres que passaram por este movimento e beberam desta fonte, sendo uma referência de competências na modernidade e inovação no tecido empresarial: gestores, professores, médicos, engenheiros e profissionais de outros serviços, que exercem as suas funções com o espírito adquirido no escutismo.

Os anos que passei neste movimento foram um tempo em que solidifiquei a minha personalidade e competências, que em momentos oportunos tive a possibilidade de pôr em prática na minha vida familiar, profissional e social.

O escutismo nos Marrazes, na altura, estava voltado para a comunidade. Procurávamos ser servidores, dando vida e praticando, através das diversas atividades, algo que fosse útil para os outros.

Naquele tempo, o senhor padre Gameiro dizia-nos: “o escutismo que se alheia da sua comunidade tem tendência a morrer”. Quando havia a oportunidade ou era necessário agir, intervir para ajudar ou até participar em qualquer evento, o agrupamento estava presente, tal como ainda hoje acontece.

O escutismo tem como uma das suas máximas a proteção das plantas e dos animais. O papa Francisco tem-nos alertado, através dos seus escritos, catequeses e conferências, para esta realidade e para a necessidade urgente de zelar pela “casa comum”, que é o nosso planeta.

O escutismo, há muito tempo, ensina e põe em prática a proteção da natureza. Espero que continue a ser pioneiro nesta ação e que ajude outros a tomar iniciativas ou a ganhar consciência desta realidade, que faz parte integral de um dos seus princípios.

O agrupamento dos Marrazes está a celebrar os seus 50 anos de fundação. Gostaria que não perdesse esta oportunidade para solidificar a sua ação e que os seus dirigentes não percam a coragem de continuar um caminho que já é longo. Que ponham em prática o que Baden Powell nos disse: “Procurai deixar o mundo um pouco melhor do que o encontrastes”. Boa caça.

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