Recordação e gratidão pela vida do padre João Trindade

O padre João Trindade partiu… a notícia tocou-me o coração. Parei e dei graças a Deus pela sua vida de serviço, de dedicação e de generosidade. Partiu, mas fica uma vida rica de Deus, próxima dos irmãos e voltada para os consagrados.

Foi no verão de 1973 que comecei a trabalhar com ele no Seminário Diocesano, no acompanhamento dos seminaristas e noutros setores desta Instituição, que ele tanto amava. Passei momentos que nunca esquecerei; uns mais felizes e alegres, outros menos positivos e outros lúdicos. Encontrei sempre nele um amigo, um colega, um servidor que tinha os seus momentos, alguns mais primários, outros mais serenos, mas sempre amigo. Nos últimos tempos em que viveu no Seminário, sendo seu vizinho, nos aposentos, tínhamos momentos de interajuda e de escuta. Mesmo já com as suas mazelas, andava depressa, mais do que podia, porque a sua generosidade e atenção não o deixavam parar.

Descobri no padre João um consagrado transparente na vida e nas ações. Ele buscava a verdade objetiva e inquietava-se com tudo o que manifestasse algum desequilíbrio. Procurava na sua vida a ordem e, na gestão de tudo o que possuía, a transparência.

Era um padre que se manifestava muito sensível a todas as comunidades, que procurava servir com disponibilidade e aos colegas, com o seu agir envolvente. Preocupava-se (às vezes parecia demais) com o Seminário e sofria com a falta de seminaristas. Que a sua partida para o Pai seja bênção de Deus para os novos tempos. Por muitos motivos, a Diocese deve orgulhar-se da sua vida bem recheada de serviço e de oferta generosa pessoal. Ele sofria com os problemas e as dificuldades da diocese, do bispo, dos colegas e dos leigos. Nunca esquecerei conversas que tivemos e que só Deus sabe. Manifestavam sempre um homem de Deus e um amigo dos irmãos.

O seu temperamento impulsivo podia, por vezes, levantar alguns problemas acidentais, mas manifestava o seu dinamismo, querendo fazer tudo bem e com ordem.

Padre João, que já tenhas recebido o abraço eterno de Deus e que a tua vida tenha sido sementeira nesta nossa diocese de Leiria-Fátima.

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