O escutismo da Região de Leiria-Fátima acaba de entrar no seu centésimo ano de existência. Ontem, 20 de março, na igreja paroquial de Carvide, 100 escuteiros e dirigentes participaram na celebração da Eucaristia de ação de graças pelos 99 anos de existência daquele movimento na Diocese. A cerimónia, simples e despida de pompa e circunstância, foi presidida pelo vigário geral, o padre Manuel Armindo, em representação do bispo diocesano, D. José Ornelas.
Logo no início da celebração, o chefe regional, Pedro Nogueira, fez uma breve resenha dos 99 anos de existência da Junta Regional com especial referência para os seus primeiros dirigentes, Joaquim Pereira dos Reis Sebastião da Costa Brites e Augusto dos Reis. “É impossível não nos sentirmos inspirados pela visão e pelo esforço daqueles que nos precederam; foram homens e mulheres de fé inquebrável, dedicados ao serviço dos outros, à proteção da natureza e ao desenvolvimento de jovens responsáveis e comprometidos com as suas comunidades”, referiu Pedro Nogueira. Este dirigente afirmou ainda que o escutismo na região de Leiria Fátima tem sido uma força de transformação pelo exemplo na promoção de um espírito de fraternidade e solidariedade, não só entre escuteiros, mas também na comunidade, através de inúmeras atividades projetos de serviço e iniciativas de desenvolvimento pessoal. “Temos tocado a vida de muitos, em tempos de incerteza quando os valores que prezamos parecem estar sob ameaça”, acrescentou.
O padre Manuel Armindo, na homilia da celebração, continuou as suas referências ao papel do movimento escutista na sociedade e na Igreja. Ele próprio foi assistente regional do escutismo e afirmou que “recebi sempre mais do aquilo que dei”. Neste contexto, abordou a importância do projeto educativo do escutismo: “os déspotas não gostam da educação, preferem a manipulação, não gostam de dar espaço ao desenvolvimento do pensamento, porque isso é uma ameaça”. Para o vigário geral “o que a gente deseja do escutismo é que seja capaz de lançar para a vida homens e mulheres livres, com aquela capacidade de criativa de servir sem esperar recompensa, na ousadia da criar tempos novos de fraternidade e e de celebração da vida e dos valores que acreditamos”.
A cerimónia de aniversário da Região de Leiria-Fátima foi também oportunidade para condecorar alguns membros da comunidade escutista pelo serviço prestado ao movimento. A Joaquim Leal Curado e Silva, que serviu no agrupamento de Carvide e também no extinto agrupamento 35 do Seminário, foi atribuído o grau de dirigente honorário. A mesma distinção receberam Rui Pedro Coutinho Ramos e Manuel Nogueira Gonçalves dos Santos. O primeiro desempenhou ao longo dos anos várias funções na direção da Junta Regional, enquanto que o segundo esteve na fundação do agrupamento da Barosa de que foi chefe durante 18 anos.
O pontapé de saída para as celebrações do centenário da Região de Leiria-Fátima está marcado para a realização do Acampamento Regional que terá lugar na Batalha, em agosto. Ao longo do ano haverá diversos eventos que assinalarão a efeméride. Um dos mais evidentes será a realização do Jota Joti — o maior evento escuteiro digital e de rádio do mundo, que incentiva a integração pela comunicação via rádio ou atividades realizadas pela internet, promovendo a amizade e a cidadania global —, que este ano terá a sua base nacional na Região Leiria-Fátima. Também se prevê que a celebração do dia do fundador, Baden-Powell tenha, no próximo ano, a duração de dois dias.
Álbum fotográfico: https://flic.kr/s/aHBqjBiehs
99 anos do CNE Região de Leiria-Fátima (2024-03-20)
