A cerimónia de entrada no Conclave de 2025 e o juramento dos cardeais eleitores estão marcados para as 16h30 de 7 de maio (15h30 em Lisboa), anunciou o Vaticano. A procissão parte da Capela Paulina, passando para a Capela Sistina, ao som das ladainhas, seguindo-se o canto do Veni Creator e o juramento de segredo e fidelidade ao ‘munus Petrinum’. Após a ordem Extra Omnes, o cardeal Raniero Cantalamessa fará uma meditação aos eleitores. Nesse mesmo dia, pelas 10h00 locais, será celebrada a Missa pela eleição do Papa, presidida pelo cardeal Giovanni Battista Re, decano do Colégio Cardinalício. Estão também previstos vários outros participantes, incluindo médicos, religiosos para confissões, técnicos e pessoal de apoio, todos obrigados a jurar segredo. Este juramento será prestado no dia 5 de maio, às 17h30, na Capela Paulina, sob pena de excomunhão. O cardeal camerlengo, D. Kevin Farrell, será responsável por fechar os acessos ao Conclave, marcando assim o início do processo de eleição do novo pontífice.
133 cardeais vão eleger o novo Papa
O Conclave de 2025 contará com 133 cardeais eleitores, após o Vaticano confirmar a ausência, por motivos de saúde, dos cardeais Antonio Cañizares Llovera (Espanha) e Vinko Puljic (Bósnia), ambos com 79 anos. A sexta congregação geral reuniu terça-feira 183 cardeais, dos quais 124 com direito a voto. Estarão presentes quatro cardeais portugueses: D. Manuel Clemente, D. António Marto, D. José Tolentino Mendonça e D. Américo Aguiar. Ao todo, 108 eleitores foram nomeados pelo Papa Francisco, 21 por Bento XVI e 4 por João Paulo II. O colégio é hoje mais representativo: a Europa, que em 2013 detinha 56% dos votos, representa agora 38%. A América soma 37 cardeais, a Ásia 23, a África 18 e a Oceânia 4. Estarão representadas 71 nações, sendo Itália, Estados Unidos e Brasil os países com mais eleitores. Embora qualquer homem batizado possa ser eleito Papa, todos os pontífices desde 1378 foram cardeais à data da eleição.
Mais de 100 cardeais já estão no Vaticano
Mais de 100 dos 135 cardeais com direito a voto participaram já na quinta congregação geral de preparação para o Conclave, informou o porta-voz do Vaticano, Matteo Bruni. A eleição do novo Papa terá início a 7 de maio, na Capela Sistina. Na reunião, que decorreu na Sala Nova do Sínodo com 180 participantes, incluindo cardeais com mais de 80 anos, foram debatidos temas cruciais como a evangelização, os abusos, o diálogo inter-religioso e os desafios contemporâneos da Igreja. Confirmou-se ainda a constituição da próxima congregação particular, com o cardeal Reinhard Marx como coordenador, acompanhado pelos cardeais Luis Antonio Tagle e Dominique Mamberti, este último encarregado de anunciar o novo Papa. Os preparativos na Capela Sistina já começaram. O cardeal Angelo Becciu, impedido por decisão do Papa Francisco de exercer funções cardinalícias, confirmou que não participará no Conclave, afirmando que o faz “pelo bem da Igreja”, apesar de manter a convicção da sua inocência.
12 países representados pela primeira vez
O próximo Conclave contará com 12 países representados, pela primeira vez, por cardeais do clero local. Entre os estreantes estão Cabo Verde, com D. Arlindo Furtado, e Timor-Leste, com D. Virgílio do Carmo da Silva. Integram ainda esta lista o Haiti, Luxemburgo, Malásia, Papua-Nova Guiné, Paraguai, República Centro-Africana, Sérvia, Singapura, Sudão do Sul e Suécia. O Colégio Eleitoral tem 135 cardeais, oriundos de 71 países. O mais novo é Mikola Bychok, ucraniano, com 45 anos; o mais velho é o espanhol Carlos Osoro Sierra, com 79. Cerca de 80 por cento dos eleitores foram criados por Francisco e participam pela primeira vez numa eleição pontifícia. No grupo há 33 membros de 18 institutos religiosos, com destaque para salesianos, franciscanos, jesuítas, conventuais e redentoristas. O colégio de cardeais, que surgiu das estruturas de governo das primeiras comunidades cristãs de Roma, assume hoje funções de eleição do Papa e de conselho permanente ao pontífice.
