O ano de 1980 foi um ano de grande seca. O Chefe do Governo (Francisco Pinto Balsemão) ao falar ao Pais sobre a seca que nos aflige, classificou a situação de «altamente preocupante, mas não catastrófica».
Tudo resolvido à última hora, mas nem por isso o ato religioso do passado domingo deixou de ser concorrido. milhares de fiéis, principalmente das freguesias de Leiria, acorreram a tomar parte na procissão de súplica a Deus pelo fim da estiagem.
Cerca das 15 horas a imagem de Nossa Senhora da Encarnação, padroeira da cidade, saiu do seu Santuário, sendo conduzida processionalmente à Sé Catedral. Junto de Santo Agostinho incorporaram-se na procissão descida do monte as freguesias de Barreira, Cortes e Pousos. Nos Paços do Concelho concentraram-se as freguesias de Azoia, Parceiros, e Barosa que desceram a rua de Alcobaça, dirigindo-se à Sé pela rua Direita.
A Freguesia de Marrazes veio diretamente para a Sé, onde cerca das 17 horas, foi concelebrada missa por seis sacerdotes. Antes da Eucaristia foi lida uma mensagem do Sr. Bispo, (Alberto Cosme do Amaral) na altura em visita pastoral na freguesia de Santa Catarina da Serra.
A Sé Catedral tornou-se pequena para conter os milhares de pessoas vindas das diversas freguesias da Vigariaria que, assim, quis corresponder ao apelo do Sr. Bispo, que implorássemos do Senhor o dom da chuva, apelo feito em perfeita consonância com o sentir das populações nesta hora grave em face da falta de chuva que todos sentem.
De salientar que a imagem de Nossa Senhora da Encarnação só sai do seu Santuário em casos de calamidades publicas ou desastres graves. Jornada de fé e de oração esta do passado domingo.
Noticia publicada no Jornal o Mensageiro em 19 de fevereiro de 1981
