De 6 a 12 de agosto, cerca de 1300 escuteiros da Região de Leiria-Fátima do Corpo Nacional de Escutas (CNE) assentaram arraiais na “cidade de lona” que eles próprios construíram, na Quinta do Escuteiro, na Batalha. Lema comum: “Simplesmente… Escuteiro!”. Tarefa para todos: descobrir o Nathi. No final, missão cumprida, ao olhar sorrisos no espelho. Assim se resume esta 21.ª edição do Acampamento Regional.
LMF, com Vítor Henriques
“Alerta campo! É necessário descobrir o Nathi!” Este foi o eco que se ouviu na Quinta do Escuteiro, pela voz da rádio de campo, a rádio CãoMarcial, no passado dia 6 de agosto. Durante toda a semana, esse seria o apelo constantemente repetido a lobitos, exploradores, pioneiros e caminheiros da Região de Leiria-Fátima, cerca de 1300 escuteiros, dos 6 aos 22 anos de idade, representando mais de 50% do efetivo regional a responder afirmativamente a este XXI AcaReg de Leiria-Fátima. A eles se juntaram mais algumas dezenas de dirigentes e um ‘staff’ que garantiu o “governo” da cidade com absoluta paz e segurança.
Divididos em quatro sub-campos (corvo, maçarico, lobo e touro), à imagem do primeiro acampamento promovido por Baden Powell na ilha de Browsea, em 1907, lançaram mão à obra, começando por montaram o próprio campo e partindo, depois, à aventura da (re)descoberta do escuteiro que há em cada um.
Esperavam-nos atividades emocionantes e motivadoras: muitos, muitos jogos, raides, piscina, montar a cavalo, karting, espeleologia, olaria, calçada portuguesa, balão de ar quente, slide, escalada… um sem número de oportunidades que decorreram maioritariamente nos concelhos de Batalha, Fátima, Leiria e Porto de Mós. Cada uma delas foi uma possibilidade de reflexão, tendo em vista o progresso pessoal. No final, era notória a felicidade que resplandecia em todos os rostos e a vontade de dizer bem alto: “Viva o XXI Acareg da Região de Leiria-Fátima e que venha o próximo!”.
Simplesmente… eu!
Um dos momentos mais altos da semana foi a Missa de encerramento do acampamento, no sábado, presidida pelo assistente regional, padre José Henrique Pedrosa, e concelebrada pelos padres diocesanos Eduardo Caseiro, José Alves, Luís João e Luís Morouço.
Apesar do calor intenso da tarde, foi uma celebração refrescante, não só pelos constantes borrifos de água deitados sobre as cabeças, mas também pelas vivências que proporcionou. O tema da Palavra de Deus desse fim de semana, a Eucaristia, serviu para sublinhar a importância da Comunhão para “matar todas as fomes e todas as sedes”, desenvolveu o padre José Henrique.
Ainda na homilia, era tempo de relevar quem era, afinal, esse escuteiro Nathi que todos procuraram durante a semana e que iria fazer a sua promessa nesta celebração. Cada um dos presentes recebeu um envelope com o “segredo”. Ao abrir… um pequeno espelho e, no verso, a pergunta “que escuteiro sou eu?”. Os sorrisos espelhados de todos deram sentido ao tema do campo: “Simplesmente… Escuteiro!”.
Por secções, todos renovaram, então, a sua promessa e aceitaram o desafio a uma constante procura de aperfeiçoamento pessoal e da identidade escutista.
No final da celebração, o chefe nacional do CNE, Ivo Faria, sublinhou a excelente organização do acampamento e o fantástico ambiente que testemunhou em conversa com alguns participantes de várias idades, frisando a excecional taxa de participação do contingente regional na iniciativa.
Também o chefe regional, Vítor Faria, aproveitou para agradecer o contributo de todos para o bom desenrolar da semana, incluindo o apoio dos pais, presentes em grande número neste momento aberto a todos.
À beira de fazer as malas do regresso, era evidente nos rostos algum cansaço, mas os sorrisos que se mostraram ao espelho continuavam bem vivos, representando a grande alegria e satisfação que este AcaReg a todos proporcionou.
Testemunho de uma visita
Durante a semana, abriram-se algumas exceções para a visita ao campo por parte de entidades como os pais, as autarquias locais e outros parceiros da organização. Foi o caso da passagem de Eduarda Marques, diretora regional de Lisboa e Vale do Tejo do Instituto Português do Desporto e Juventude, entidade que apoiou a organização.
“Fiquei impressionada com o espaço, Quinta do Escuteiro, as condições magníficas, a logística, a organização e divisão de tarefas”, referiu, considerando que “o planeamento da equipa organizadora é de uma entrega exemplar e o facto de permitir experiências incríveis e marcantes aos jovens é um excelente exemplo de intervenção e construção de uma melhor ‘cidade’, sociedade”.
Numa mensagem enviada ao CNE de Leiria-Fátima, esta responsável frisou que “o planeamento e as construções dos jovens escuteiros, participantes, foi uma das coisas que mais me marcou”, bem como “a alegria contagiante e o empenho dos mais jovens em idade, (…) um exemplo do que é aprender, fazendo, vivenciando. Neste espaço, com satisfação das necessidades básicas e essenciais, respira-se alegria, companheirismo. Seguramente que quem participa numa experiência como esta, sai daqui diferente”. E continuou os elogios: “As virtudes desta verdadeira escola de valores e de educação não formal, a aquisição de competências fundamentais para a construção pessoal, social e profissional de cada um destes cidadãos merecem um agradecimento da entidade que eu represento”, sublinhando que “é importante perceber que o apoio que o IPDJ proporciona a estes e outros projetos é bem aplicado”. A concluir: “Estamos inteiramente ao vosso dispor para desenvolver outros projetos que estão nas nossas áreas de atuação”.