Os sem-abrigo
Estacionados e isolados
Num parque vazio de carros
Na cidade deserta de multidões
Privados de casa e da família
Prostram os seus corpos sofridos
E as dores que já ninguém via
Ecoam no silêncio abismal
Desta infernal pandemia.
Eis de novo o caos
Como no princípio das trevas
Tudo sem rumo e sem tino
À espera de novo sopro divino
O homem distante do Homem
O homem distante de Deus.
Quem mandou parar o mundo?
É tempo de renovação?
É tempo de recriar o velho Adão?
Quem mandou parar um segundo?
Um verme invisível e mau?
Um coronavírus sem grito
É ele o inimigo maldito
É ele que nos tira o ar
É ele que nos faz pensar
É ele que faz soar SOS, como apito.
Uni-vos povos todos da terra
Cantai um salmo de louvor
rejubilai com o vosso criador
O Bem, o Amor, vencerá esta guerra.