A nova exposição temporária do Santuário de Fátima é, “outra forma de divulgar e aprofundar o sentido da mensagem de Fátima”, diz o reitor do Santuário. Evocativa da Aparição de julho de 1917, a mostra exibe o manuscrito da irmã Lúcia emprestado pela Santa Sé. A exposição pode ser visitada até outubro de 2014.
O Santuário de Fátima inaugurou, no passado dia 30 de novembro uma nova exposição temporária. Patente no Convivium de Santo Agostinho, na zona da Reconciliação da Basílica da Santíssima Trindade, até outubro de 2014, a exposição “Segredo e Revelação”, evocativa da aparição de julho de 1917, exibe o manuscrito original da Terceira Parte do Segredo de Fátima.
“É uma exposição sobre a terceira aparição de Nossa Senhora em Fátima, considerada a mais importante pelo seu conteúdo e pelo seu alcance universal, quer para o mundo quer para a Igreja”, revelou o bispo da diocese de Leiria-Fátima. Para D. António Marto a exposição tem a capacidade “envolver os visitantes e é capaz de transmitir a mensagem numa linguagem cativante e que suscita a curiosidade de todos”.
O padre Carlos Cabecinhas, reitor do Santuário, explica que a exposição “mais do que um motivo de distração turística, é outra forma de divulgar e aprofundar o sentido da mensagem de Fátima através da linguagem da arte”. Com uma periodicidade anual, estas exposições “são habitualmente de grande qualidade e muito cuidadas”, explicou o reitor.
Uma lição em três tempos
A começar com um “muro que é preciso vencer para avançar no caminho do conhecimento do Segredo”, a exposição tem a particularidade de ser apresentada de uma forma pedagógica, explica Marco Daniel Duarte, diretor do Museu do Santuário de Fátima e comissário da exposição.
Na primeira parte “contrabalançam” a visão do inferno com a imagem do céu, para que os peregrinos “não fiquem presos nessa visão tenebrosa” e perceberem que há outro caminho “que não é o da ausência de Deus”. Na segunda, surge “o triunfo do Imaculado Coração de Maria”, onde os visitantes percebem que “em Fátima Deus não está fora da geografia humana”. Na terceira e última parte da descoberta do segredo, os visitantes descobrem uma “Igreja mártir”, conduzida por “um bispo vestido de branco” e relacionada com “todos os Papas” do século XX mas “particularmente com o Papa João II”.
Um manuscrito valioso
Considerada uma das peças mais de maior valor simbólico, o manuscrito escrito pela irmã Lúcia, vidente de Nossa Senhora em 1917, pertence ao Arquivo Secreto da Congregação para a Doutrina da Fé, onde deu entrada em 4 de abril de 1957 e nunca tinha sido exposta ao público.
No anúncio da exposição, em finais de outubro, o diretor do Museu do Santuário de Fátima e comissário da exposição, Marco Daniel Duarte explicava que “o Santuário pediu à Santa Sé que ponderasse o seu empréstimo. O pedido, feito por D. António Marto, foi autorizado pelo Papa Francisco em 10 de junho de 2013”. “O manuscrito saiu raríssimas vezes do Arquivo Secreto da Congregação para a Doutrina da Fé: a pedido do Papa João Paulo II, na sequência do atentado de que foi vítima em 13 de maio de 1981, e no ano 2000 quando o prefeito da Congregação, como emissário do Papa, veio a Coimbra junto de Lúcia para reconhecimento do manuscrito”, explicou ainda Marco Daniel Duarte para quem “o manuscrito é um privilégio mas também uma responsabilidade”.