Se este Natal é diferente, vamos torná-lo especial: D. António Marto escreve duas mensagens

Para além da habitual mensagem que todos os anos publica para esta quadra, o prelado quis ainda dedicar palavras de conforto e ânimo aos mais idosos e aos enfermos que, por todas as vicissitudes resultantes da pandemia, são obrigados a estar longe dos afetos dos seus familiares e amigos.

Se o Natal de 2020 é marcado por todas as circunstâncias que são do conhecimento de todos, o cardeal D. António Marto não quis deixar de torná-lo especial. Para além da habitual mensagem que todos os anos publica para esta quadra, o prelado quis ainda dedicar palavras de conforto e ânimo aos mais idosos e aos enfermos que, por todas as vicissitudes resultantes da pandemia, são obrigados a estar longe dos afetos dos seus familiares e amigos.

“O Natal da fragilidade e da fraternidade”

Na mensagem de Natal, D. António Marto coloca a tónica em dois aspetos que o caracterizam particularmente: a fragilidade e a fraternidade. Começa por afirmar que “este ano paira sobre esta festa a sombra da pandemia que nos deixa abatidos, ansiosos, com medo, desolados e entristece os nossos corações”. Esta situação é um “apelo a recuperar a verdade do Natal na sua autenticidade e no seu significado tantas vezes ofuscados pelo consumismo e pela festa exterior”. Sendo um reflexo da fragilidade humana, também remete para as condições com que Deus se quis apresentar ao mundo.

“Esta pandemia… amadureceu em nós a exigência duma nova fraternidade, capaz de ajuda recíproca e estima mútua”, diz o prelado, para explicar a solidariedade a que se deve dar atenção especialmente no Natal, pois “se a pandemia nos faz sentir irmãos na dor, não podemos deixar de sentir a necessidade de nos tornar irmãos no amor”. Neste sentido, o bispo de Leiria-Fátima convida a estender a mão a todos os que estão de mão estendida, à espera de auxílio. O próprio Papa Francisco serve de inspiração para este mote quando afirma que “estender a mão é um sinal: um sinal que evoca imediatamente a proximidade, a solidariedade, o amor”.

Como é habitual, é feito o convite à participação na campanha de solidariedade da Cáritas “10 milhões de estrelas – um gesto pela paz”: “cada vela custa dois euros. Do total das verbas recolhidas 65% destinam-se à Cáritas Diocesana no seu trabalho de apoio às pessoas necessitadas. Os restantes 35% são canalizados para o apoio às vítimas da pandemia provocada pela propagação do vírus da Covid-19”.

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Na companhia do Menino e com a força da Fé

Por forma a se fazer sentir mais próximo das pessoas para quem quer falar na mensagem de Natal para os idosos e enfermos, D. António Marto quis gravar uma mensagem em vídeo que quer fazer chegar a todos os lares e instituições de acolhimento e apoio aos mais debilitados.

A tónica é colocada na evidente necessidade da proximidade das relações habituais que foram afastadas física e abruptamente com a implementações de medidas de controlo sanitário. Num tom mais pessoal e próximo, D. António Marto refere a sua própria experiência recente para se identificar com todos os idosos e enfermos que, nesta quadra, sentem “o peso do isolamento forçado que nos rouba o calor dos afetos que trazem mais humanidade ao nosso quotidiano”.

À solidão, o cardeal responde com a força da fé “que nos dá a certeza de que Deus está próximo de cada um de nós e nos ajuda a vencer o desânimo”. E dá o seu próprio exemplo: “Sim, quem tem fé, nunca está só nem na vida nem na morte. Eu mesmo fiz esta experiência, recentemente, quando estive internado quinze dias no hospital.” Esta solidariedade do Bispo leva-o a que, mais à frente, afirme que “nesta quadra, faço minhas as vossas dores. Gostaria de estar junto de cada um de vós e poder abraçar-vos assim como desejaria receber cada um de vós em minha casa para podermos, nem que fosse, trocarmos dois dedos de conversa, partilharmos o que nos dói e o que nos alegra”.

D. António Marto não quer deixar sem uma palavra de agradecimento a todos os cuidadores, através de quem “a ternura de Deus chega aos que sofrem”. “Às vezes basta uma palavra, uma escuta ou um sorriso. Não deixem que ninguém fique para trás, isolado, esquecido, abandonado”, acrescenta.

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