É no próximo domingo que D. António Marto tomará posse da igreja-basílica que o Papa Francisco lhe atribuiu aquando da sua investidura como cardeal com o título de “Presbítero de Santa Maria Sopra Minerva”.
Esta igreja é mais uma entre as mais de 900 que existem em Roma. Já o número de igrejas-basílicas é inferior à centena, mais propriamente 66, contando as quatro basílica maiores.
Para além da afetiva relação que a diocese de Leiria-Fátima agora passa a ter com aquele monumento por via do título atribuído ao seu Bispo, outras razões existem para afirmarmos a importância da Basílica para o mundo católico em geral e para a Diocese em particular.
A igreja está localizada no centro da cidade de Roma, dois quilómetros a este da praça de São Pedro, mesmo ao lado de outro grande marco arquitetónico da cidade: o Panteão. O espaço que a circunda tem as características da restante urbe: ruas estreitas e prédios antigos com entre 3 e 5 pisos de altura. Mesmo assim, a Piazza della Minerva, possibilita ao visitante a capacidade de a apreciar um pouco mais à distância e admirar a sua fachada austera, mas nobre.
Em jeito de curiosidade, também não pode passar despercebido o obelisco que encima o “elefantino” de Bernini, posicionado no centro da praça que, como muitos espaços e edifícios de Roma, está envolto numa saborosa história que se conta a propósito da sua construção.
Sopra Minerva merece a visita de qualquer turista pela extraordinária riqueza da arte que contém e, especialmente, pela presença dos restos mortais de Santa Catarina de Sena que, desde 1866, é padroeira da Itália juntamente com São Francisco de Assis. Nasceu em 1347 e em 1970 foi proclamada Doutora da Igreja pelo papa Paulo VI. João Paulo II, em 1999, integrou-a no grupo dos padroeiros da Europa, juntamente com São Bento, Santos Cirilo e Metódio, Santa Brígida da Suécia e Santa Teresa Benedita da Cruz (Edith Stein). Catarina de Sena, pertencente à ordem dominicana, teve um papel importante durante o “Cisma do Ocidente” e interveio na arena política, contribuindo para a restauração da paz entre as cidades-estado italianas. Não é demais evocar a este propósito as atuais tensões internas da Igreja Católica e a manifesta solidariedade de D. António Marto para com o Papa Francisco, por lembrar algumas reminiscências da História.
A Basílica, embora sendo propriedade do Estado Italiano, é gerida pelos Dominicanos, estabelendo-se como ponto de referência para os fiéis de Roma pela devoção à Senhora do Rosário. Como facilmente se depreenderá, esta é a grande proximidade da igreja com a Diocese de Leiria-Fátima, a que se associa a estátua de Nossa Senhora do Rosário, colocada logo à entrada. No interior, as referências marianas são inúmeras. Em 1579 a capela foi dedicada a Nossa Senhora do Rosário e as telas da abóbada com os Mistérios do Rosário foram pintadas por Marcello Venusti, mas é a “Madonna do Rosário”, pintada por Michelangelo Cerruti e colocada no altar, que capta a atenção dos visitantes.
No interior podemos ainda contar com a presença de obras de grandes artistas tais como Miguel ngelo e o seu Cristo Redentor (ou Portacroce), Fra Angélico que, além de ter aí lápide, é autor da pintura da “Madonna com o Menino”, Bernini com vários monumentos funerários, Lippi com alguns frescos, entre outros. Um dos elementos que mais se destaca na arquitetura é a sua abóbada azul salpicada de estrelas douradas e que serve de fundo a representações de Apóstolos, dando um brilho especial a esse lugar sagrado.
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