Revisitar as Jornadas do Clero

Respondendo ao apelo dos seus bispos, cerca de 260 sacerdotes e diáconos das dioceses de Aveiro, Coimbra, Guarda, Leiria-Fátima, Portalegre-Castelo Branco e Viseu, participaram nas primeiras “Jornadas do Clero das Dioceses do Centro”, realizadas em Fátima de 30 de janeiro a 1 de fevereiro de 2024.

O tema escolhido e vivido, “Evangelização e comunidades”, e o modelo proposto, repartido entre conferências e ateliers, celebrações e concertos, serviu de pretexto para fazer uma experiência de verdadeira fraternidade entre os sacerdotes.

Logo de início se percebeu, nas Palavras de D. António Luciano, que estas jornadas seriam marcadas por vários desafios, como quem inicia uma viagem e é desafiado a olhar em frente, sempre com esperança e otimismo. De facto, as jornadas foram como que uma viagem durante a qual se foram descobrindo os muitos desafios proporcionados pelo tema. O timoneiro pediu que todos se deixassem conduzir à maneira dos discípulos de Emaús, cuja viagem exterior os levou de Jerusalém, lugar da morte, a Emaús, lugar da partilha e do por do sol luminoso. Estas jornadas seguiram este modelo.

Iniciada a viagem, Ele aproximou-se e conversou com os viajantes.

Pela voz de Vaz Patto, descobriu-se a sinuosidade do percurso: conflitos e guerras pretensamente justas, mas que são injustas e que, por isso, desafiam a renovar o rosto desta Europa e deste país na afirmação da própria identidade e dos valores que nos constituem como povo e como nação. Não na afirmação sectária, mas na partilha e no diálogo intercultural.

Sentados na berma da estrada, falamos, então, da família como instituição desafiante pela multiplicidade de tipologias com que se apresenta atualmente, pela voz de Inês Pimentel; falamos da comunicação e das linguagens que nos desafiam a esquecer a máquina para sentir o calor do coração, com a ajuda do padre Pedro Guimarães. E falamos dos projetos educativos que nos desafiam cada vez mais a olhar a pessoa e as suas vivências, na perspetiva de Jorge Cotovio. Assim percebemos que o caminho da proximidade, do afeto, da relação interpessoal e da presença efetiva, se vai tornando cada vez mais urgente e é o segredo para ultrapassar as dificuldades da caminhada.

De regresso à estrada revisitamos, pela voz de Santiago Guijarro, os primeiros passos do cristianismo, quando, na alvorada da nossa história, nos tornamos missionários e levamos ao mundo o Evangelho da conversão e da mudança de mente e de comportamento. E nesses passos da Escritura relida à luz da história, sentimos o desafio a ser mais família, a entrar mais nas casas, a estender mais a mão e a tornarmo-nos mais próximos, de todos sim mas sem esquecer de abrir a porta aos mais afastados aos mais débeis aos peregrinos sem casa e sem amigos.

Já nos ardia o coração cá dentro, quando ouvíamos, D. António Moiteiro, falar de renovação e partilhamos os desafios da iniciação à vida cristã, uma renovada forma de fazer catequese; catequese que se concretiza na ação junto de todos, dos mais frágeis, como nos mostrou o padre Johnny Freire. E, com Claudine Pinheiro, sentimos vontade de deixar plasmada na estrada, em todas as formas de arte, a marca da nossa fé.

E porque a paciência é caminho de sucesso, ouvimos e conversamos; partilhamos o pão da mesa e da Eucaristia, trocamos vivências, ideias, projetos e sonhos e pouco a pouco sentimo-nos envolvidos na mesma viagem. Foram-se desvanecendo as proveniências e entramos na casa, agora já comum. Fizemos a experiência da proximidade, do convívio e da amizade. Sentimo-nos cooperantes na construção de uma mesma casa, a Igreja e as dúvidas os medos os desânimos foram-se esbatendo. Por isso, pedimos “fica connosco porque anoitece”. Sentados à mesa ouvimos o mensageiro Paolo Asolam, a desafiar-nos para a missão, redescobrindo a força do Espírito que em nós traça caminhos de comunhão e relação. Processo para uma renovada ação pastoral capaz de nos libertar da tentação da inércia dos mínimos ou da simples manutenção. Por isso sentimo-nos desafiados a ser guias dos que connosco querem caminhar, na redescoberta de novos itinerários. Mapeamos distâncias e territórios, com Joaquim Brigas, delineamos percursos pastorais, com Nuno Folgado, e aprendemos a ouvir as comunidades, com Héctor Figueira.

O tempo correu a velocidade estonteante e agora já queríamos regressar. Ardia cá dentro um fogo que desejávamos transmitir e partilhar. Levantamo-nos e pusemo-nos de novo a caminho. O regresso era, na verdade, como o dos discípulos de Emaús, cheios de esperança, entusiasmados e animados, alegres e felizes e apenas com uma interrogação: onde e quando voltaremos a encontrar-nos?

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