É já tradição anual, antes do início do novo ano pastoral, o Bispo diocesano promover um encontro com todos os funcionários e colaboradores da Cúria, isto é, os padres e leigos que trabalham nos diversos departamentos, serviços e estruturas da diocese de Leiria-Fátima.
A ocasião é também aproveitada para a tomada de posse daqueles que foram recentemente nomeados para exercer novas funções a partir deste ano.
Assim se cumpriu, no dia 2 de setembro, no Seminário de Leiria, com cerca de meia centena de pessoas a ouvirem de D. António Marto uma palavra de agradecimento e estímulo para mais uma jornada de trabalho pastoral, bem como a orientação geral que esse trabalho deve seguir. “Quem trabalha para a Igreja está ao serviço das pessoas e, portanto, trabalha também para o mundo”, começou por referir, adiantando que “não devemos conformar-nos com o mundo na sua atual ‘patologia do olhar’, que só vê o que é negativo, mas sim levar à sociedade a Boa Notícia, que este ano continuará a centrar-se no Evangelho da Família”.
A propósito do tema do próximo ano, o segundo do biénio dedicado à pastoral familiar, o Bispo referiu que se irá sublinhar a importância da missão da família, que vai além de si mesma para se dedicar à construção social e à dinamização da Igreja no mundo. “É o capital gerado a partir das virtudes únicas da família que constitui a base da sociedade e a ajuda ao seu bom funcionamento”, lembrou.
Nessa linha, a família cristã deverá assumir-se como “primeira escola de afetos, de laços e relações baseados nas virtudes humanas do acolhimento e carinho, da generosidade e dedicação, do apoio e do perdão”. Por outro lado, deverá ser também “a primeira escola da fé e lugar privilegiado para a iniciação na vida cristã”. Finalmente, uma “escola de virtudes sociais, na promoção da consciência e da justiça sociais, de quem se sente responsável pela construção do mundo em que vive”.
D. António Marto pediu ainda aos seus colaboradores que contribuam para a mudança de mentalidade que é urgente na sociedade, para “uma cultura de abertura à vida e de generosidade, baseada na honestidade e que não se resigna perante a corrupção que grassa como um cancro social”. Quanto à pastoral familiar em concreto, apelou à “medicina da misericórdia numa Igreja que é mãe, que acompanha nos momentos de crise, cura as feridas dos que são atingidos por ruturas, acolhe de porta sempre aberta quem se sente excluído”.
Aposta na formação cristã
Uma segunda parte do encontro foi preenchida com a intervenção de Pedro Valinho, diretor do Centro de Formação e Cultura (CFC), sobre a importância da formação cristã e as dificuldades e projetos que o Centro está a preparar “para a sua constante renovação, na procura de respostas às necessidades pastorais da Igreja diocesana”.
Em ano comemorativo dos 30 anos da fundação da Escola de Formação Teológica de Leigos, donde surgiu o CFC, “continua a ser fundamental aproximar de todos a reflexão teológica e a formação na fé”, defendeu este responsável, encarando como maior desafio “cativar as pessoas para as ofertas formativas existentes, pois a participação tem vindo a diminuir nos últimos anos”.
Novidade para este ano será o ciclo de teologia prática, em módulos que os alunos podem escolher segundo os seus interesses. Mas outras iniciativas deverão surgir para a atualização constante do Centro, que quer funcionar cada vez mais como “plataforma de diálogo” com serviços, paróquias e outros promotores de formação cristã dos fiéis.