Acolhimento e saudação entre os participantes
1. Invocação do Espírito Santo / Oração inicial
– Invoco a presença de Deus –
1.1. Cântico (à escolha, ver anexo)
1.2. Prece
Senhor Jesus,
Tu que Te ofereces todo a todos,
em cada momento da nossa caminhada,
no teu corpo e no teu sangue,
faz com que,
experimentando a tua presença em nós,
na comunhão do pão e do vinho,
a nossa fé se fortaleça,
a nossa esperança se anime
e a nossa caridade aumente,
para saborearmos a vida plena e definitiva
que nos prometes.
Ámen.
2. Leitura da Palavra
– Escuto e compreendo a Palavra que me é oferecida –
2.1. Leitura do Evangelho de São João (Jo 6, 53-58)
Disse-lhes Jesus:
«Em verdade, em verdade vos digo:
se não comerdes mesmo a carne do Filho do Homem
e não beberdes o seu sangue,
não tereis a vida em vós.
Quem realmente come a minha carne e bebe o meu sangue
tem a vida eterna e Eu hei-de ressuscitá-lo no último dia,
porque a minha carne é uma verdadeira comida
e o meu sangue, uma verdadeira bebida.
Quem realmente come a minha carne e bebe o meu sangue
fica a morar em mim e Eu nele.
Assim como o Pai que me enviou vive e Eu vivo pelo Pai,
também quem de verdade me come viverá por mim.
Este é o pão que desceu do Céu;
não é como aquele que os antepassados comeram,
pois eles morreram;
quem come mesmo deste pão viverá eternamente.»
Palavra da Salvação.
2.2. Leitura pessoal
– Volto a ler, em silêncio: o que diz o texto? –
2.3. Notas para a compreensão do texto
Segundo a tradição, o Evangelho de João foi escrito na segunda metade do primeiro século, em Éfeso (atual Turquia). Revela um grau avançado da fé e da meditação da Igreja sobre a pessoa de Cristo. João não relata a instituição da Eucaristia como os outros evangelistas o fazem. Mas o capítulo 6 do seu Evangelho mostra que Ele é a grande testemunha da Eucaristia. Este texto tem a marca das comunidades crentes, da sua fé, das suas práticas. A linguagem usada é extremamente realista sobre a celebração eucarística e revela uma reflexão cristã sobre o seu significado.
O texto apresentado faz parte do discurso de Jesus sobre o pão vivo, na sinagoga de Cafarnaum, na margem do Lago da Galileia. No dia anterior, Jesus multiplicara os pães e caminhara sobre as águas. Atraída pelos sinais miraculosos, a multidão procurava Jesus. É aos galileus, que estão prontos a aclamarem-no como rei, mas também aos que murmuravam contra Ele, que Jesus convida a entenderem o sentido espiritual das suas ações.
Neste texto, Jesus usa uma linguagem fortemente figurada e metafórica, que só pode ser entendida à luz da Ressurreição, com uma atitude de fé e numa perspetiva eucarística. Jesus dá a comer a sua carne, ou seja, convida-nos a encarnar a sua pessoa, a viver por Ele, com Ele e n’Ele. Jesus dá a beber o seu sangue, numa referência direta à paixão e à morte na cruz, isto é, desafia-nos a assumir uma atitude de amor, entrega e doação. Ao comungar, na Eucaristia, o cristão não só adere espiritualmente à Palavra de Jesus, como também se une ao seu corpo, que é a Igreja. A quem entra neste processo de união íntima com Jesus, Ele promete uma vida plena e definitiva.
Ao celebrarmos a Eucaristia, aprofundamos os laços familiares que nos unem a Jesus, identificamo-nos com Ele, deixamos a sua vida fluir em nós, tornamo-nos uma pessoa nova. Se a Eucaristia for, de facto, uma experiência autêntica de adesão a Cristo, ela será realmente transformadora e mudará a nossa forma de ser e estar no mundo.
Numa altura em que se fala tanto em alimentação saudável, Jesus dá-nos o segredo para uma dieta perfeita.
3. Meditação pessoal
– Medito interiormente a Palavra acolhida: o que me diz o Senhor? –
«Quem realmente come a minha carne e bebe o meu sangue tem a vida eterna e eu hei de ressuscitá-lo no último dia, porque a minha carne é uma verdadeira comida e o meu sangue, uma verdadeira bebida.»
É na carne de Jesus que Deus se comunica, tornando-se visível e manifestando o seu amor, para que o mundo tenha vida. Quem come essa carne, compromete-se a viver no dom total de si, à semelhança de Jesus. A Eucaristia é o sinal dessa identificação íntima, dessa comunhão de vida com Cristo, premissa da ressurreição e vida eterna, atualizada na vida dos crentes e tarefa a concretizar no mundo.
* Como é que eu vivo a Eucaristia? Que importância é que ela assume na minha vida e na minha existência cristã? Quando a celebro, sinto-me realmente transformado, transfigurado à imagem de Cristo?
«Quem realmente come a minha carne e bebe o meu sangue fica a morar em Mim e Eu nele. Assim como o Pai que me enviou vive e eu vivo pelo Pai, também quem de verdade me come viverá por Mim.»
A partilha de uma refeição gera entre os comensais familiaridade e comunhão. Também os crentes que participam da Eucaristia se tornam irmãos em quem circula a mesma vida, a vida de Cristo. Jesus dá como exemplo a sua relação de comunhão com o Pai.
* Como é que a minha comunidade celebra a Eucaristia? Uma comunidade que vive dividida, em conflito, envolvida em ciúmes e orgulho, indiferente às dores e necessidades dos irmãos não está a ser coerente com aquilo que celebra. Como posso dar testemunho da verdade e ajudar a curar as feridas da divisão, que causam sofrimento à minha volta?
«Este é o pão que desceu do céu; não é como aquele que os antepassados comeram, pois eles morreram; quem come mesmo deste pão viverá eternamente.»
A alusão aos antepassados remete-nos para a narração do Êxodo. Jesus aparece como o novo Moisés, o novo libertador, que distribui um outro maná, agora mais abundante e imperecível. Anteriormente, os antepassados comeram o maná e morreram, uma vez que servia apenas para saciar a fome da vida terrena, sem eficácia para além da morte. Mas a história agora é outra. O pão que Jesus é e dá não serve de sustento à vida terrena, mas dá a vida eterna, uma vida plena e realizada, que todos podemos alcançar quando deixamos Jesus entrar na nossa história.
* A preocupação pelo sustento e pela defesa da dignidade de toda a vida humana é também responsabilidade minha. E minha é também minha a missão de libertar cada homem da injustiça, do egoísmo, da opressão, sobretudo nos lugares onde mais sofrem. Procuro levar ao mundo a vida que recebo na Eucaristia? Dou testemunho de uma vida plena, feita de amor, serviço, partilha e doação? Como me comprometo? Quais as minhas ações concretas? Até onde estou disposto a ir?
4. Partilha da Palavra
– Partilho com os outros o dom recebido: que posso oferecer-lhes? –
Comunico uma palavra ou frase que me interpelou. Posso também partilhar algo do que rezei na minha intimidade. Esta minha participação deve ser voluntária e breve.
5. Oração
– A partir do que escutei e vivi neste tempo, falo com o Senhor –
Faço uma oração espontânea a partir do texto lido ou da meditação feita. Posso também rezar com os outros a oração proposta para este biénio pastoral ou a que se segue:
Dá-nos, Senhor, um coração novo,
Capaz de conjugar em cada dia
Os verbos fundamentais da Eucaristia:
RECEBER, BENDIZER e AGRADECER,
PARTILHAR e DAR,
COMEMORAR, ANUNCIAR e ESPERAR.
Dá-nos, Senhor, um coração sensível e fraterno,
Capaz de escutar
E de recomeçar.
Mantém-nos reunidos, Senhor,
À volta do pão e da palavra.
E ajuda-nos a discernir
Os rumos a seguir
Nos caminhos sinuosos deste tempo,
Por Ti semeado e por Ti redimido.
Ensina-nos, Senhor,
A saber colher
O Teu amor
Semeado e redentor,
Única fonte de sentido
Que temos para oferecer
A este mundo
De que és o único Salvador.
(D. António Couto)
6. Compromisso
– A que me convida, hoje, o Senhor –
Faço um momento de silêncio e formulo um compromisso pessoal. Posso também propor um gesto ou iniciativa comunitária.
Cântico final (a escolher; ver anexo)
7. Em casa
– Levo para a vida a mensagem que acolhi –
No seguimento do encontro de grupo, procurarei dedicar algum tempo (15-20 minutos), num ou mais dias da semana, para retomar a meditação e contemplação da Palavra de Deus e nela encontrar a luz e a força de Deus para a minha vida no dia-a-dia.