Acolhimento e saudação entre os participantes
1. Invocação do Espírito Santo / Oração inicial
– Invoco a presença de Deus –
1.1. Cântico (à escolha, ver anexo)
1.2. Prece
Senhor Jesus,
Tu és o Verbo de Deus que habitou entre nós,
a Palavra incarnada que nos manifestou o amor do Pai.
Tu nos dás a conhecer, com a luz do Espírito Santo,
a salvação, a vida cheia de bondade e beleza que Deus nos oferece.
Só Tu tens palavras de vida eterna!
Nós te pedimos:
ao celebrarmos, na Eucaristia, a grandeza do teu amor,
escutemos e acolhamos, no coração e na vida, a tua Palavra,
e nela encontremos o nosso alimento e fonte de alegria. Ámen.
2. Leitura da Palavra
– Escuto e compreendo a Palavra que me é oferecida –
2.1. Leitura do livro de Neemias (8, 2-4a.5-6.8-10)
Naqueles dias, o sacerdote Esdras trouxe o Livro da Lei
perante a assembleia de homens e mulheres
e todos os que eram capazes de compreender.
Era o primeiro dia do sétimo mês.
Desde a aurora até ao meio dia, fez a leitura do Livro,
no largo situado diante da Porta das Águas, diante dos homens e mulheres
e todos os que eram capazes de compreender.
Todo o povo ouvia atentamente a leitura do Livro da Lei.
O escriba Esdras estava de pé num estrado de madeira feito de propósito.
Estando assim em plano superior a todo o povo,
Esdras abriu o Livro à vista de todos;
e quando o abriu, todos se levantaram.
Então Esdras bendisse o Senhor, o grande Deus,
e todo o povo respondeu, erguendo as mãos: «Amen! Amen!».
E prostrando-se de rosto por terra, adoraram o Senhor.
Os levitas liam, clara e distintamente, o Livro da Lei de Deus
e explicavam o seu sentido, de maneira que se pudesse compreender a leitura.
Então o governador Neemias, o sacerdote e escriba Esdras,
bem como os levitas, que ensinavam o povo, disseram a todo o povo:
«Hoje é um dia consagrado ao Senhor vosso Deus.
Não vos entristeçais nem choreis».
– Porque todo o povo chorava, ao escutar as palavras da Lei –.
Depois Neemias acrescentou: «Ide para vossas casas,
comei uma boa refeição, tomai bebidas doces
e reparti com aqueles que não têm nada preparado.
Hoje é um dia consagrado a nosso Senhor;
portanto, não vos entristeçais, porque a alegria do Senhor é a vossa fortaleza».
Palavra do Senhor.
2.2. Leitura pessoal
– Volto a ler, em silêncio: o que diz o texto? –
2.3. Notas para a compreensão do texto
O Livro de Neemias situa-se no período que se segue ao regresso dos exilados judeus da Babilónia (séc. V/IV a.C.). Em Jerusalém, vive-se ainda num cenário de desolação e destruição. Neemias, um alto funcionário do rei Artaxerxes, entristecido pelas notícias recebidas de Jerusalém, tinha obtido do rei autorização para se instalar na capital judia, onde vai começar a sua atividade com a reconstrução das muralhas, o combate às injustiças e a restauração do culto. É neste contexto em que se procura reavivar o culto a Deus que é convocado todo o Povo para escutar a leitura da Lei. Trata-se de recordar ao Povo a aliança, o compromisso fundamental que Israel assumiu com o seu Deus. Será esse o ponto de partida para um futuro novo que Neemias sonha para Jerusalém e para o Povo.
Nesta reunião do Povo, realça-se a importância fundamental da Palavra de Deus para a vida da comunidade. Por isso se refere a convocação de todos para escutar a Palavra: os homens, as mulheres e as crianças em idade de compreender. Depois, são feitos os preparativos para este momento solene: um estrado de madeira feito de propósito coloca o leitor em plano superior, e o Livro da Lei é aberto de forma solene; todos se levantam, em atitude de respeito e veneração pela Palavra. Dão-se de seguida os pormenores de todo o rito: a Palavra é aclamada pela assembleia; os levitas leem clara e distintamente; e explicam ao povo a Palavra, de modo acessível. Confrontadas com a Palavra, as pessoas choram, sinal de uma adesão à Palavra que provoca a transformação da vida. Por fim, tudo termina em ambiente festivo: o dia “consagrado ao Senhor” é um dia de alegria e de festa para a comunidade que se alimentou da Palavra.
Este relato leva-nos a lembrar o que acontece na primeira parte de cada celebração da Eucaristia: a liturgia da Palavra, em que escutamos o que o Senhor nos diz e O aclamamos com alegria.
3. Meditação pessoal
– Medito interiormente a Palavra acolhida: o que me diz o Senhor? –
«O sacerdote Esdras trouxe o Livro da Lei perante a assembleia de homens e mulheres e todos os que eram capazes de compreender»
Nesta assembleia, a Palavra de Deus assume um papel absolutamente central. É para escutar Deus, que fala ao seu Povo, que todos, dos mais novos aos mais velhos, ali se encontram. Tudo é preparado para que a Palavra possa ser bem proclamada, escutada, compreendida, acolhida. Um exemplo da centralidade que a Palavra deverá ter também nas nossas assembleias eucarísticas, onde as leituras não são um mero ensinamento: “Nos livros sagrados, o Pai que está nos céus vem ao encontro dos seus filhos para conversar com eles” (DV 21). “Na abundância do seu amor, Deus fala aos homens como a amigos para os convidar à comunhão com Ele e nela os receber” (DV 2).
* Como nos preparamos para escutar a Palavra de Deus na Eucaristia? Reunimo-nos com a vontade de ouvir o que Deus tem para nos dizer? Procuramos ter familiaridade com a Palavra (mesmo para além das celebrações), lendo, meditando e rezando com a Sagrada Escritura?
«Então Esdras bendisse o Senhor, o grande Deus, e todo o povo respondeu, erguendo as mãos: “Amen! Amen!”. E prostrando-se de rosto por terra, adoraram o Senhor»
À proclamação da Escritura, o Povo responde numa atitude de adoração: é o próprio Deus que se faz presente na Palavra que cria, salva, perdoa e restabelece a aliança, Palavra viva e eficaz. É a “Palavra do Senhor”, a “Palavra da Salvação”. «Não fala no passado, mas no presente e para nós, comunica-nos a palavra da Salvação, palavra de vida eterna» (D. António Marto).
* Na Missa, quando começam as leituras, temos consciência de que escutamos a Palavra de Deus? Esta Palavra é acolhida com veneração e respeito? Acreditamos que nela está presente o próprio Cristo, pois é Ele quem fala ao ser lida na Igreja a Sagrada Escritura? Acreditamos que esta Palavra, quando é verdadeiramente acolhida, atua eficazmente em nós, nos salva?
«Os levitas liam, clara e distintamente, o Livro da Lei de Deus e explicavam o seu sentido, de maneira que se pudesse compreender a leitura»
Naquela assembleia, o culto a Deus passa essencialmente pelo acolhimento da Palavra que se explica e atualiza. “Não basta que os textos bíblicos sejam proclamados numa língua compreensível, se tal proclamação não é feita com o cuidado, com a preparação prévia, com a escuta devota, com o silêncio meditativo que são necessários para que a Palavra de Deus toque a vida e a ilumine” (FCS 13).
* Procuramos aprofundar o conhecimento da Palavra de Deus? Dedicamos algum tempo para a formação, estudo, partilha, meditação, oração, lectio divina, catequese… tendo como base a Sagrada Escritura? Quando temos a responsabilidade de proclamar a Palavra de Deus na Missa, como nos prepararmos? Temos consciência de que, ao proclamar a Palavra, “emprestamos” a nossa voz a Deus para que Ele fale à comunidade reunida?
«Ide para vossas casas, comei uma boa refeição, tomai bebidas doces e reparti com aqueles que não têm nada preparado. Hoje é um dia consagrado a nosso Senhor; portanto, não vos entristeçais, porque a alegria do Senhor é a vossa fortaleza»
A Palavra de Deus, quando é verdadeiramente acolhida, dá fruto que se manifesta na vida. Aquela assembleia sente uma emoção profunda que leva às lágrimas, acolhe o apelo à conversão e a força para restabelecer a aliança com Deus, e é enviada para um “dia consagrado ao Senhor” a viver em ambiente de festa, partilha e alegria. Escutar a Palavra, “de coração aberto para receber as palavras no coração” (Papa Francisco), faz dela alimento e vida.
* A Palavra interpela-nos, leva-nos à conversão, à mudança de vida? Procuramos, em cada Eucaristia, levar um propósito para a vida a partir da Palavra escutada? Deixamo-nos iluminar e inspirar por Ela quando temos opções a fazer? Sentimos que a nossa vida (coração, mente e mãos) já está verdadeiramente evangelizada?
4. Partilha da Palavra
– Partilho com os outros o dom recebido: que posso oferecer-lhes? –
Comunico uma palavra ou frase que me interpelou. Posso também partilhar algo do que rezei na minha intimidade. Esta minha participação deve ser voluntária e breve.
5. Oração
– A partir do que escutei e vivi neste tempo, falo com o Senhor –
Faço uma oração espontânea a partir do texto lido ou da meditação feita. Posso também rezar com os outros a oração proposta para este biénio pastoral ou o salmo 19 (18), 8.10-15:
A lei do Senhor é perfeita,
ela reconforta a alma;
as ordens do Senhor são firmes,
dão sabedoria aos simples.
Os preceitos do Senhor são retos
e alegram o coração;
os mandamentos do Senhor são claros
e iluminam os olhos.
O temor do Senhor é puro
e permanece eternamente;
os juízos do Senhor são verdadeiros,
todos eles são retos.
Aceitai as palavras da minha boca
e os pensamentos do meu coração
estejam na vossa presença:
Vós, Senhor, sois o meu amparo e redentor.
6. Compromisso
– A que me convida, hoje, o Senhor –
Faço um momento de silêncio e formulo um compromisso pessoal. Posso também propor um gesto ou iniciativa comunitária.
Cântico final (à escolha, ver anexo)
7. Em casa
– Levo para a vida a mensagem que acolhi –
No seguimento do encontro de grupo, procurarei dedicar algum tempo (15-20 minutos), num ou mais dias da semana, para retomar a meditação e contemplação da Palavra de Deus e nela encontrar a luz e a força de Deus para a minha vida no dia-a-dia.