Em tempos de confinamento o SENHOR saiu à rua e passou à nossa porta. Veio visitar-nos aquele que ressuscitou e nunca mais morrerá porque venceu a morte de uma vez para sempre. Cristo, o Senhor ressuscitado até andou de carrinha de caixa aberta, como eu tanto gosta de fazer em tempos de criança para brincar com o ar que me acariciava o rosto ao deslocar-me com certa velocidade. Que beleza tão singular ver as ruas enfeitadas, colchas e mantos estendidos nas varandas e janelas a dançar ao sabor da suave brisa que docemente passava. Que domingo de ressurreição tão belo ao contemplar tantos portais de casa enfeitados e engalanados com verdura e arranjos de flores improvisados conforme cada lar se inspirava. Cruzes gloriosas, já sem o condenado que agora é o Senhor Jesus Cristo, aquele que ressuscitara. E muitos outros símbolos religiosos. Afinal em tempos de pandemia o Senhor Jesus continua a ter o seu lugar nas nossas casas, nas nossas terras, nas nossas aldeias, em tantos bairros e cidades. Jesus continua a ser o rei e centro das nossas casas; o desejado, o acolhido e o apreciado.
Que espetáculo lindo, que beleza magnânima que o nosso bom Deus nos ofereceu. À minha porta passou a cruz atada na carroçaria de uma carrinha pequena, toda enfeitada e apetrechada com um altifalante… no interior do veículo o Sr. Padre anunciava a ressurreição do Senhor e quando passava pelas portas das casa adornadas, rociava-as com água benta que espalhava com o hissope enquanto nos benzia.
Casualmente, ao final da tarde desse mesmo dia tive de sair de casa, e, para surpresa minha, ao passar por outra povoação encontrei o mesmo espetáculo de beleza e fé. Era estrondosamente visível tanta alegria e vivacidade que se vislumbrava nos rosto de tanta gente que à porta de casa esperavam a passagem de Jesus Ressuscitado e… eis que no meio do trânsito, a “passo de caracol”, avisto uma furgoneta de caixa aberta com uma pequena mesa, amarrada aos taipais, belamente adornada com uma lindíssima toalha branca e flores à sua volta. No meio encontrava-se o Rei de tão nobre festa, o Santíssimo Sacramento que era longamente aplaudido ao passar vagarosamente diante das casas daquela rua.
Afinal, mesmo em tempos de pandemia, confinamento e desconfinamento, de quarentenas e sustos, de gente mascarada e cansada de tanta “clausura” forçada, e de tantas outras incertezas quanto ao futuro e ao que ainda virá… Jesus, o salvador, o VIVO, continua a ser o Porto Seguro neste mundo tão agitado que parece querer afunda-se.
Senti-me deliciado ao final deste dia e por isso quis partilhar convosco estas palavras. O Senhor ressuscitado é a nossa alegria e a nossa força.