Reflexão da paróquia do Arrabal para a conversão pastoral da Diocese

Como vemos a constituição de Unidades Pastorais na Diocese?

De acordo com o inquérito paroquial, as pessoas do Arrabal têm uma opinião positiva sobre a criação das Unidades Pastorais. Sentimos que será uma oportunidade para:

  • Partilha de conhecimento de boas práticas das paróquias e uniformização de regras e procedimentos nas paróquias.
  • Maior mobilização de pessoas para a formação de leigos nos vários ministérios (catequese, leitores, cantores, acólitos, liturgia, ministros extraordinários da comunhão, etc).
  • Os párocos e outros sacerdotes ao serviço das Unidades Pastorais poderão dedicar-se mais plenamente àquilo que é realmente a sua missão de padres.
  • Será também oportunidade para mais leigos trabalharem como voluntários.
  • Além dos voluntários, poderá ser também uma oportunidade para leigos serem trabalhadores efetivos nas igrejas e nos cartórios paroquiais;
  • A interligação dos grupos paroquiais (catequese, casais, escuteiros, Cáritas, conferência SVP…) pode ajudar a dar mais consistência a estes grupos.
  • Criação de novos movimentos paroquiais conforme as necessidades das Unidades Pastorais.
  • Redução dos custos paroquiais para a sustentação do clero, uma vez que esses custos são partilhados por mais paróquias.

Sentimos também que há alguns obstáculos:

  • Risco de algumas paróquias menos organizadas serem “abafadas” e a consequente possibilidade perda de identidade de algumas paróquias.
  • Menos celebrações de Missas nas comunidades aumentará o descontentamento.
  • Conflitos de interesses e rivalidades pode aumentar os sentimentos de rejeição das UP.

Uma sugestão: o número de paróquias que formam uma Unidade Pastoral deve ser ímpar. Pensamos que isso facilita os momentos de decisão e aumenta o dinamismo das comunidades.

Como podemos contribuir para uma Unidade Pastoral?

Somos uma comunidade paroquial viva e dinâmica, com muito espírito associativo, não só nos grupos eclesiais (grupos da igreja), mas também a nível social e cultural. Podemos partilhar conhecimento e experiência.

  • Os nossos movimentos e grupos paroquiais têm muito para oferecer: catequese, escutismo, conferência de SVP, Caritas, Legião de Maria, Apostolado da Oração, etc.
  • Os serviços da Fundação de Santa Margarida. É uma instituição da igreja ao serviço do Bem e da Educação das crianças, atualmente com as respostas sociais de Creche, Pré- escolar e ATL.

Que Unidade Pastoral com o Arrabal?

E com quais paróquias é mais difícil?

O Arrabal está rodeado de quatro paróquias, Santa Catarina da Serra, Caranguejeira, Pousos e Cortes. Da reflexão feita sobressai de modo mais consensual uma Unidade Pastoral formada pelas três paróquias: Arrabal, Caranguejeira e Santa Catarina. Porquê?

Estas três freguesias são mais ou menos idênticas, do mesmo género rural, têm uma grande proximidade geográfica e as populações já têm um caminho feito a vários níveis:

  • a nível dos Bombeiros e da Proteção Civil trabalham juntas e construíram um Quartel de Bombeiros comum.
  • a nível da saúde, partilhamos os mesmos serviços, umas das outras,
  • a nível das escolas, as crianças e jovens do Arrabal frequentam a escola de Santa Catarina,
  • a nível social, cultural e de lazer interagem muito entre elas.
  • A nível religioso, Caranguejeira e Arrabal já partilham muito atividades e serviços por sermos da mesma vigararia. Com Santa Catarina isso não acontece por sermos vigararias diferentes. Algo que facilmente será superado se ficarmos na mesma UP. A inserção de duas paróquias que provêem de duas vigararias diferentes também o vemos como algo enriquecedor;
  • As famílias destas três freguesias já há muito tempo que se cruzam e misturam por motivo dos casamentos entre os seus filhos e filhas. Esta afinidade familiar pode facilitar a criação duma UP entre estas três paróquias.
  • Olhamos também como um elemento muito positivo a pastoral familiar da Caranguejeira. Sentimos no Arrabal que precisamos fazer esse caminho também.
  • Tendo nós uma juventude muito ativa no Arrabal olhamos também como uma vantagem o dinamismo dos jovens de Santa Catarina e da Caranguejeira.
  • A nível sócio-caritativo a Caritas da Caranguejeira bem como a Conferência de Santa Catarina serão também exemplos a ter em conta e com quem partilhar a nossa ação socio- caritativa..

Riscos e Desvantagens desta solução:

  • Formas diferentes de trabalhar levará tempo a harmonizar e conjugar os nossos esforços;
  • Risco de perca de identidade da nossa paróquia;
  • Número elevado de lugares, aldeias e comunidades;
  • A grande dimensão geográfica e territorial da UP pode dificultar a igual prestação de serviços a todas as pessoas;
  • O contributo económico das paróquias e dos paroquianos ainda não está contabilizado;

E com quais paróquias, sentimos que é mais difícil formar uma UP?

Com Pousos e Cortes sentimos que é mais difícil fazer uma Unidade Pastoral.

Com Pousos:

  • Paróquia grande e urbana pode abafar uma paróquia rural como o Arrabal;
  • Risco de o Arrabal perder a sua identidade
  • Organização e oferta mais urbana;
  • Pouca interação religiosa e cultural com Pousos;
  • Unidade Pastoral demasiado grande;

Com Cortes:

  • As duas paróquias não têm nenhuma interação.
  • Há uma distância “psico-social” entre estas duas comunidades, não convivem nem interagem, seja socialmente, religiosamente, nem por motivos culturais ou de lazer.
  • Sente-se pouca ou nenhuma afinidade entre as duas paróquias;
  • A paróquia das Cortes abrange a Barreira, o que se torna ainda mais distante do Arrabal.

Concluímos que a paróquia do Arrabal está pronta para agarrar e viver este tempo de conversão pastoral, como nos propõe o nosso Bispo D. José Ornelas. Desejamos que este novo capítulo que se vai iniciar na nossa diocese de Leiria-Fátima seja, não apenas algo estrutural, mas sobretudo, uma nova oportunidade de evangelização dos jovens, das famílias, das nossas comunidades e paróquias.

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