1 – No contexto do caminho sinodal que estamos a fazer e segundo o seu sentir, o que é que Deus hoje nos está a pedir, tanto a nível pessoal como comunitário (paróquias e suas comunidades), no que diz respeito à missão de evangelizar, celebrar a fé e exercer a caridade?
Uma maior abertura à novidade e às características dos tempos atuais, para um também maior acolhimento das novas respostas pastorais que a Igreja deve procurar dar.
Maior humildade e até silêncio da nossa parte, sem partirmos sempre para julgamentos de quem está de fora.
Um maior cuidado e atenção aos que nos rodeiam, privilegiando a dimensão caritativa do ser Igreja.
Mais oração, mais contacto e familiaridade com a Palavra de Deus.
Dar mais “liberdade” aos fiéis para a espontaneidade, inclusive na celebração da Eucaristia (por exemplo, na oração dos fiéis, na apresentação dos dons e no momento pós-comunhão…).
2 – Sendo as unidades pastorais uma oportunidade para nos tornarmos mais e melhor Igreja, qual deverá ser o nosso primeiro passo para podermos concretizá-las?
Assumir o modelo de Jesus Cristo na Sua ação evangelizadora, saboreando e deixando penetrar a Sua Palavra no coração. Deixar o apego a modelos antigos e ultrapassados.
Ter uma atitude de saída para as periferias, partir ao encontro de quem está afastado, sem julgamentos nem sentimentos de superioridade. O gesto de Jesus de lavar os pés aos discípulos é um sinal fortíssimo desta que deve ser também a postura da Igreja no mundo.
3 – Segundo a sua experiência, na área geográfica da Diocese onde vive, tendo como critérios a afinidade geográfica e social, cultural e religiosa e os dinamismos locais que possam ser oportunidades pastorais, com que paróquias se poderia criar uma unidade pastoral?
A) Carnide, Meirinhas, Vermoil, São Simão de Litém e Albergaria dos Doze (ou seja, as paróquias do concelho de Pombal que pertencem à Diocese de Leiria-Fátima).
B) Carnide, Meirinhas, Vermoil, Colmeias e Memória (eventualmente também Santa Eufémia e Boa Vista, se houver meios).
C) São Simão de Litém, Albergaria dos Doze, Espite e Matas (eventualmente também Gondemaria e Cercal, se houver meios).
4 – Pelo que conhece das pessoas, dos grupos e das comunidades da sua paróquia, considera que há abertura para acolher esta proposta de conversão pastoral? Pressente alguma dificuldade mais séria em todo este processo?
A mentalidade vai começando a mudar, mas ainda há um grande apego à proeminência do papel do sacerdote e a ritmos comunitários instalados há muito. Espera-se alguma dificuldade de aceitação, por exemplo, das celebrações da Palavra ao Domingo, da visita pascal realizada por leigos e das prováveis alterações de horários das celebrações quando a paróquia vier a fazer parte de uma unidade pastoral.