Peregrinação Diocesana a Fátima: a saudade de estar com a Mãe e a felicidade de celebrar com os jovens

"Já tinha saudades disto", dizia a senhora Rosália, com alguma emoção. "Disto, e de Nossa Senhora". Com ela, vinham mais algumas centenas de pessoas da sua vigararia que retomavam a tradicional programação das peregrinações diocesanas anteriores em que as 73 paróquias de Leiria-Fátima se juntam em quatro pontos na periferia do Santuário para, depois, se dirigirem à capelinha para a saudação a Nossa Senhora.

Depois de uma ausência de dois anos devido à pandemia, a diocese de Leiria-Fátima regressou à casa da Mãe. As duas últimas peregrinações espirituais a que os confinamentos obrigaram, aumentaram ainda mais o desejo dos fiéis de ir à Cova da Iria.

D. José Ornelas não esteve presente, mas São Mamede deu-lhe as boas-vindas.

“Já tinha saudades disto”, dizia a senhora Rosália, com alguma emoção. “Disto, e de Nossa Senhora”. Com ela, vinham mais algumas centenas de pessoas da sua vigararia que retomavam a tradicional programação das peregrinações diocesanas anteriores em que as 73 paróquias de Leiria-Fátima se juntam em quatro pontos na periferia do Santuário para, depois, se dirigirem à capelinha para a saudação a Nossa Senhora.

A partir de quatro pontos na periferia do Santuário, as 73 paróquias dirigiram-se para a capelinha.

Com esta, são 89 as vezes que a Diocese realizou esta atividade que marca invariavelmente o ano pastoral. “Venho todos os anos”, partilhou o António, que integrava um dos grupos em caminhada, “mas este ano é diferente: parece que há mais gente, parece que o ambiente é mais especial”. Tinha vindo a pé a partir da sua paróquia e, com ele, o pequeno grupo que acenava em concordância. Para eles, os dois anos longe de Fátima intensificaram a necessidade de terem momentos de espiritualidade como estes. “Assim, é que a nossa fé faz sentido: a caminharmos juntos”, confirmou. Não foi por acaso que o bispo D. José Ornelas tinha deixado uma mensagem nas redes sociais em que afirmava a importância de “irmos todos juntos”.

D. José Ornelas não pode estar

À vontade do regresso ao Santuário de Fátima, muitos dos peregrinos ansiavam pelo primeiro encontro com o seu bispo que recentemente assumira os destinos da Diocese. Não admirou, portanto, que houvesse algum desânimo pela sua ausência por estar retido em Roma devido à covid-19. Mesmo assim, o bispo diocesano enviou uma mensagem aos participantes que foi lida no início da celebração em que, para além de deixar descansada a assembleia, informando-a de que os sintomas são ligeiros, manifestava a sua alegria por ser o seu antecessor, D. António Marto, a substituí-lo. “Ele que guiou a Diocese neste período difícil da pandemia é também quem preside ao recomeçar desta bela tradição da nossa Diocese”, confirmou.

Os escuteiros da Região de Leiria-Fátima também foram a habitual presença na peregrinação.

Na sua mensagem, dirigiu algumas palavras aos jovens que também marcaram presença na peregrinação e “que nos estão a motivar e movimentar para a Jornada Mundial da Juventude”. Aproveitou para confirmar que “o Papa Francisco ainda anteontem reconfirmou a sua vontade de vir a Fátima, no âmbito dessa manifestação de fé e testemunho dos jovens cristãos de todo o mundo”.

MENSAGEM DE D. JOSÉ
http://l-f.pt/Be6A

D. António Marto e a Igreja que acolhe

Na homilia da peregrinação, o cardeal D. António Marto partiu do relato do Evangelho do dia para falar da “a grandeza e a beleza inenarráveis e indizíveis da ternura e da misericórdia do Senhor” e dizer que “A sua misericórdia supera todas as nossas expectativas e medidas: perdoa, cura as feridas da alma e do coração, resgata, enche de graça e ternura, cumula de dons, rejuvenesce, defende com justiça os oprimidos, arranca ao poder do pecado e da morte, abre caminhos de uma vida nova e de um futuro novo”. No seu entender, essa é a mesma atitude que deve ter a Igreja no mundo, não de condenação, mas de acolhimento a todos. E chama a atenção para “quando a comunidade cristã acolhe as pessoas com delicadeza, as escuta com atenção, as ama como são, quando cura, reconcilia, anima e encoraja a viver a vida boa do evangelho, torna-se no que ela tem de mais luminoso: uma comunhão de amor, de compaixão, de consolação e perdão, o reflexo da misericórdia divina, um oásis de misericórdia no deserto da cultura da indiferença e da aridez e frieza dos corações e das relações”.

Os jovens para além da sua própria peregrinação, integraram o programa geral.

Como não podia deixar de ser, pela atualidade do tema e pela mensagem que o próprio evangelho transmite, D. António Marto enquadrou a guerra na Ucrânia e a mensagem de Fátima na sua homilia. O que está a acontecer na Ucrânia, corre “o risco de se tornar uma guerra fria alargada que pode sufocar a vida de gerações e povos inteiros, não só de quem hoje habita a nossa terra, mas de quem virá depois de nós”. Para o prelado, esta é uma “guerra louca, cruel, desumana, sacrílega em que são arrasadas cidades, são mortos milhares de inocentes e milhões de refugiados são obrigados a abandonar a sua terra, a sua casa, os seus bens”.

HOMILIA
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Uma tarde à medida dos jovens

Se o programa da manhã não sofreu alterações relativamente aos anos anteriores, já parte da tarde trouxe aos peregrinos a novidade de incluir um espetáculo de apresentação dos símbolos e lema da Jornada Mundial da Juventude (JMJ), que se vai realizar em Lisboa no próximo ano.

A partir das 14h30, o anfiteatro do Centro Pastoral Paulo VI esteve bem composto, com pessoas de todas as idades, muitos deles jovens, para poderem a assistir à encenação que o Serviço Diocesano da Pastoral Juvenil tinha preparado ao longo das últimas semanas.

O Papa Francisco também esteve na Peregrinação Diocesana.

Antes do começo, no átrio do edifício, encontrámos a Violeta, a Ana e a Maria Luísa que se estavam a preparar para participar. Tinham-se voluntariado para o fazer, com o interesse de conhecer caras novas e travar novas amizades. Uma delas, a Maria Luísa, confidenciou-nos que, por causa desta participação, “já estou a pensar seriamente em inscrever-me na JMJ, por causa do espírito que se vive e da jovialidade que tem”. Já a Ana, ainda não sabe se vai por questões de disponibilidade de tempo e por faltar ainda muitos meses, mas é um evento que está nas suas cogitações, “porque acho interessante conhecer pessoas novas de outras culturas e saber mais sobre a religião”.

A encenação, preparada pelo padre Rui Ruivo e pela Joana Martins, teve momentos de humor, dança e música, conduzidos pela simpatia da Jessica e do David, cujo à vontade em palco não deixou ninguém indiferente, e pela banda de suporte presente. Valeu, sobretudo, por ter ajudado as centenas de pessoas presentes a perceber ainda melhor o que se pode esperar do grande evento que Lisboa e o país vão acolher em 2023.

GALERIA DE FOTOS
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E a surpesa que faltava

A surpresa da tarde foi a videochamada em direto com o bispo D. José Ornelas. O prelado esteve a acompanhar todo o evento através do seu computador e, na parte final do espetáculo, teve a oportunidade de falar com todos. O tom da sua intervenção não fugiu ao tom do resto da festa e, com algumas notas de humor, manifestou o orgulho que já sentiu pela Diocese de que há poucos dias tomou posse. Como não podia deixar de ser, deixou aos jovens uma palavra de confiança, garantindo que a Igreja do presente e do futuro está nas mãos deles.
Para a Carla Silva, a intervenção de D. José deixou-a muito contente, e mostrou que ele “é uma pessoal muito jovial e muito bem disposta”. De certa forma ajudava a esquecer a bolha que tinha no pé, da caminhada feita de Leiria até à Cova da Iria. No entanto, “já tinha saudades da peregrinação diocesana” e a parte da tarde “foi muito alegre e muito envolvente”.

VÍDEO
https://youtu.be/X7c0P2ODW58

A JMJ no horizonte

Quem também esteve a assistir à festa foi a Laura Ramos, da Cruz da Areia, uma das jovens que foi selecionada para participar no coro da Jornada Mundial da Juventude. Admitiu que está ansiosa pelo evento, porque acha que “vai ser uma experiência a que não estamos habituados”. Para ela “a Jornada é uma descoberta do caminho para um cristão, que partilha esse mesmo caminho com outros jovens”. O Miguel, da paróquia de Monte Redondo, afina pelo mesmo diapasão: “quero participar na JMJ porque é o maior encontro de jovens a nível mundial, e sendo no nosso país o desejo é a dobrar”. Explica que “do que sei das jornadas anteriores, marca-me a sua dimensão: são milhões de jovens que se juntam por um propósito que é Jesus e a sua mensagem”. “Emocionalmente é muito forte e é superior a qualquer um de nós”, confirma.

Um dos momentos da encenação: a anunciação.

Isabel Costa é da Batalha e pertence a um dos Comités Organizadores Vicariais. Explicou-nos que “tem havido muita coisa e muita gente envolvida” e que “o trabalho passa sobretudo por convidar pessoas e rezar”. Para ela “esta oportunidade que nós temos é única e especial; os jovens vão estar presentes, nós só temos de nunca desistir deles nem de Deus”.

ÁLBUM DA PEREGRINAÇÃO
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3 de Novembro
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