O Museu de Leiria acolheu uma vez mais a reflexão em torno do património diocesano, oferecida a toda a comunidade pelo Departamento do Património Cultural (DPC) de Leiria-Fátima.
No passado dia 1 de fevereiro, com o título “A Capela dos Santos Brancos na Igreja de Nossa Senhora da Luz, Maceira”, Pedro Redol, conservador do Mosteiro da Batalha, e Tiago Filipe Ramos, da paróquia da Maceira, olharam para aquela capela cujo retábulo e cúpula se enquadram na órbita da escola de João de Ruão, eminente escultor renascentista de origem francesa, ativo na região centro do País durante o século XVI.
Partindo dos resultados da investigação já desenvolvida em ordem a um estudo monográfico que virá à luz do dia no âmbito dos 500 anos da paróquia da Maceira, Pedro Redol fez uma leitura artística da Igreja de Nossa Senhora da Luz, elencando as principais campanhas arquitetónicas do imóvel. Tendo em conta a boa qualidade de execução, foram analisados com especial atenção os elementos construtivos da época fundacional, marcadamente manuelinos.
Tiago Filipe Ramos centrou a sua exposição na Capela dos Santos Brancos, descodificando para os participantes os principais elementos constituintes do retábulo e da cúpula, assim como o programa iconográfico delineado para esta capela. Explicou ainda que a designação popular atribuída a esta capela — dos Santos Brancos — pode estar relacionada com a eventual ausência de policromia durante vários séculos. De facto, segundo as fontes disponíveis, está documentada uma campanha de revestimento polícromo da capela no século XIX e, pela análise da obra de arte, ainda não foi possível detetar camadas pictóricas anteriores.
No dia 8 de fevereiro, também às 21h15, irá decorrer a terceira conferência deste ciclo, intitulada “Vozes do tempo: expressões individuais e eclesiais no armorial dos Bispos de Leiria, hoje de Leiria-Fátima”, por João Portugal, do Instituto Português de Heráldica. É uma ótima oportunidade para rever os brasões dos bispos da nossa diocese.
A 15 de fevereiro, será analisada “A obra de Joaquim Correia na Diocese de Leiria-Fátima”, pelo museólogo João Fialho, e a 22 de fevereiro o diretor do DPC, Marco Daniel Duarte, encerrará este ciclo com a conferência “A igreja e o convento de Santo Agostinho de Leiria: entre o culto e a cultura”.
Departamento do Património Cultural da Diocese de Leiria-Fátima