José Lopes é ministro da comunhão, divide os dias entre a igreja e as visitas aos doentes, foi correspondente de A Voz do Domingo e da Rádio Renascença e desempenhou muitas outras tarefas na paróquia nos últimos 70 anos, mas é no papel de sacristão que muitos o conhecem.
No passado dia 20 de fevereiro, foi homenageado na Missa por ter completado meio século neste serviço, sempre “simples, disponível e próximo”, como sublinhou o pároco, padre Augusto Gonçalves. Momento alto da celebração foi a leitura de uma bênção apostólica recebida na véspera do Vaticano, em nome do Papa Francisco.
Natural dos Marrazes, José de Jesus Lopes, de 81 anos, foi operário fabril até aos 60 anos, casado 44 anos (atualmente viúvo) e pai de dois filhos e uma filha. “Acabei a catequese, após o Crisma, comecei a ajudar nas tarefas da igreja e tudo junto já se contam 70 anos”, recorda o sacristão. O seu lema é “quem quiser vir até Mim renegue-se a si mesmo” e defende que “a Missa devia continuar lá fora, é preciso aprofundar a fé, temos que dar acolhimento a todos e ser menos comodistas”.
Além do atual pároco, lembra os padres Manuel Duarte Lopes da Silva, de 1947 a 1973, e António das Neves Gameiro, de 1981 a 2003, como os que mais o marcaram, pois “foram muitos anos a servi-los”. E refere as celebrações do Crisma que já ajudou a preparar, com os bispos D. Domingos de Pinho Brandão, D. João Pereira Venâncio, D. Américo Henriques, D. Alberto Cosme do Amaral, D. Serafim Ferreira e Silva e D. António Marto.
É sacristão 24 horas por dia, desde o abrir da igreja de madrugada à atenção a tudo o que ali decorre: funerais, casamentos, batizados, terço, Missa… “Aprendi muito, arranjei muitos amigos e criei uma simpatia muito grande com toda a população”, afirma José Lopes. A Liga Eucarística, o Apostolado Coração, o grupo de Ministros Extraordinários da Comunhão, o grupo coral litúrgico, o Caminho Neocatecumenal e os Cursos de Cristandade são apenas seis exemplos disso.
No dia da homenagem que juntou muitos familiares e amigos e se prolongou com um jantar oferecido pela Comissão da Igreja, o sacristão agradeceu emocionado e quis sublinhar a sua devoção a Nossa Senhora, padroeira dos Marrazes, e apenas lamentou que “atualmente haja poucos batizados e casamentos”.