Os tempos são conturbados, exigem das paróquias e dos seus agentes pastorais criatividade, coragem e dedicação redobrada para manter vida a dinâmica paroquial. Foi assim que a paróquia de Santa Catarina da Serra abraçou o desafio de ministrar, pela primeira vez, a Sagrada Comunhão a mais de 50 crianças que viram a sua intensa e bonita festa do Santíssimo Sacramento, que celebram no domingo seguinte ao Corpo de Deus, ser forçosamente cancelada.

A expectativa que o dia chegasse era grande entre as crianças, e não sendo previsível que nos próximos tempos se pudesse celebrar com a habitual multidão, festa e procissão, decidiu-se então celebrar nos diferentes centros de catequese, nas respetivas igrejas das localidades.
Marcaram-se as datas, os catequistas, com toda a segurança, voltaram a reunir-se presencialmente com as crianças para uma intensa preparação. Em cada centro o pároco reuniu com pais e ministrou o sacramento da reconciliação às crianças.
As celebrações ocorrerem na missa dominical de cada capela. Sensibilizou-se a comunidade para que aquela celebração fosse destinada a pais e familiares, evitando multidões e podendo a restante comunidade participar em outras missas paroquiais. Como habitualmente, o uso de máscara, o distanciamento e a desinfeção foram palavras de ordem.
As celebrações foram simples, pois assim os tempos ordenam, mas não deixaram de ser intensas e próprias: desde a cuidada escolha de cânticos, apelando a participação dos mais pequenos, à entrega flor a Nossa Senhora, como sinal de agradecimento pelo Seu Sim e pelo Seu colo maternal, à bênção do terço que cada criança levava e a oração junto de Jesus escondido como o Santo Francisco Marto o carinhosamente chamava. Todos estes pequenos momentos tornaram as celebrações belas e intensas, onde, não podendo ver o sorriso no rosto das crianças e seus familiares, realçava o brilho do olhar, pelo momento vivido.
E é assim, com este espírito de serviço, união e comunidade que a paróquia de Santa Catarina da Serra vive as palavras do nosso Bispo, Cardeal D. António Marto, na carta-pastoral recentemente apresentada: “… o confinamento não nos deixou imobilizados. Levou-nos a dar provas de criatividade pastoral para alimentar a fé e manter vivo o sentido de comunidade nos fiéis, nesta situação excecional.”