“Apaixonados e dedicados à Igreja” é o título do texto da paróquia em destaque na edição desta semana (26-09-2013) do jornal diocesano Presente Leiria-Fátima.
Na paróquia da Maceira, o pároco Marcelo de Moraes encontrou o carinho da população e diz-se agradecido por todas as manifestações que se estendem à sua vida pessoal e “nos momentos mais complicados”.
A Maceira é um núcleo industrial, com origem na fundação de uma grande fábrica de cimento inaugurada em 1923. Desde sempre que a Maceira foi rica em tradições culturais e manifestações de fé. Conta várias festas religiosas. De entre elas, destaca-se a Festa de Santo Amaro, no fim-de-semana próximo ao dia 15 de janeiro, com a tradicional “Meda”, no sábado à noite, e a venda de frutos secos regionais, no domingo. A Solenidade do Senhor dos Passos é também uma importante manifestação, que se realiza no quarto domingo da Quaresma. Representa a Paixão e a Morte de Cristo, nos seus “passos” mais importantes e nela se destacam as ruas ornamentadas de velas, nas suas duas procissões noturnas. Igualmente importante e a realizar-se no fim-de-semana perto do dia 8 de setembro, surge a Festa do Sagrado Coração de Jesus e de Nossa Senhora da Luz, padroeiros da paróquia, ou a “Festa Grande”. Aqui, o destaque vai para os tradicionais andores de bolos. É a maior festa da paróquia e marca o fim das manifestações festivas religiosas do ano.
A Maceira pugna ainda por respeitar e cuidar do seu património religioso, destacando-se, nessa área, a igreja de Nossa Senhora da Barroquinha. Pensa-se que o culto mariano se tenha iniciado nas Barrocas, muito antes do século XV ou XVI, época da imagem de Nossa Senhora com o Menino, ainda hoje ali existente. A mais antiga referência conhecida a esta ermida, fonte e cascata é do Couseiro ou Memórias do Bispado de Leiria, obra de cerca de 1657: “Por baixo das casas do cura desta igreja (de Nossa Senhora da Luz de Maceira), na concavidade que faz a altura dela, ao sítio do adro, está um oratório que fez um devoto, e nele a imagem de Nossa Senhora (que estava antes no mesmo lugar, em uma lapa, que se fazia no dito barrocal); é a imagem de vulto, com um nicho de pedra doirado, em um altar; em que no ano de 1654 se deu licença para se dizer missa, a instâncias de João Francisco, de Maceira (Maceirinha), que fez o oratório e o dotou; consta do livro 3º do Registo (da Chacelaria do Bispado), fl 132, na volta. ”
Outra igreja de referência é a de Santo Amaro, em Alqueidão, freguesia de Maceira. A sua referência mais antiga consta do Couseiro já referido. Mais tarde, o padre Luís Vieira de Sousa, pároco de Maceira, numa Relação das Notícias, de 8 de julho de 1721, em resposta a um inquérito da Academia Real da História Portuguesa, diz que “outra capela está junto a esta para a parte do poente, em um monte bastante alto e é de Santo Amaro; não há memória de quando foi feita, mas há indícios de ter sido feita, há 150 anos, e que foi feita por um cónego chamado fulano Couceiro, e que este lhe deu os ornatos e de presente a fabrica o Rev. Cabido da Sé de Leiria, por cobrar as ofertas da mesma”.
As obras na capela, escadório, muros de contenção de terras e beneficiação dos acessos, ainda continuaram por toda a segunda metade do século XX, culminando com mais um lanço de escadaria, feito de 1990 a 1992, ligando a estrada ao terreiro do arraial. As várias obras são assinaladas com datas inscritas no próprio escadório. No monte existe uma cruz de pedra, comemorativa da missão do ano de 1869.
A 18 de Fevereiro de 1983, uma parcela de terreno do monte foi adquirida pela Junta de Freguesia de Maceira, para logradouro da sua sede. O restante foi adquirido a 25 de Março de 1998 pelo Sr. Manuel Jacinto de Sousa e sua esposa Maria de Lurdes Ascenso, que o doaram à Fábrica da Igreja Paroquial de Maceira, representada pelo padre Júlio Domingos Vieira.
Mas esta é apenas parte da riqueza desta paróquia, como poderá verificar nas três páginas a ela dedicada no Presente Leiria-Fátima desta semana, incluindo uma entrevista ao pároco.