[Nota da redação: este texto é o resultado dos trabalhos dos grupos que se dedicaram ao tema “Ser Igreja no Cuidado aos mais frágeis”, realizados na Assembleia Diocesana de Leiria-Fátima.]
O grupo de trabalho que se reuniu na Assembleia Diocesana para debater e formular propostas, no âmbito do tema “Ser Igreja no cuidado aos mais frágeis”, apresentou contributos em espírito de abertura e franca colaboração.
Em primeiro lugar, recebeu com muito interesse a informação prestada quanto à constituição e funcionamento das “Comissões Diocesanas de Proteção de Menores e Adultos Vulneráveis” com a missão de prevenir, formar, acompanhar e escutar os menores e adultos vulneráveis e os seus responsáveis, denotando a importância de dar acolhimento a quem se sente fragilizado.
Como sabemos, a catequese é uma excelente oportunidade para ver o que vem das famílias. Por isso, é de conceder aos intervenientes e aos catequizados a capacidade de discernir e identificar os limites, sendo relevante que as pessoas tenham essa perceção, dada através da formação.
Os participantes consideraram a formação e a informação absolutamente essenciais, reconhecendo a necessidade de ficarem ao alcance de todos, para que, desde a infância, nas famílias, as pessoas fiquem despertas o suficiente para sinalizarem aos pais e até aos catequistas algum tipo de situações. Muitas vezes, os menores falam aos catequistas aquilo que não dialogam em casa, daí a importância da criação de um clima de “abrigo” e confiança nas salas de catequese.
A presença de alguém mais jovem nas sessões formativas, com o sentido de uma frequência comunicativa em grande sintonia, para se conseguir falar a mesma linguagem das novas gerações, em particular, potencia uma maior aproximação que ajudará a identificar melhor estas questões no futuro.
As formações a conceber – que poderão aproveitar as estruturas já existentes -, deverão ser dirigidas, pelo menos, aos seguintes grupos a constituir: crianças, jovens, pais, catequistas, adultos vulneráveis e cuidadores.
A comissão diocesana deverá ser mais conhecida e divulgada e dar-se ela própria a conhecer, indo às periferias.
Estamos a falar de um tema bastante delicado, de muito melindre, que deve ser tratado com firmeza e sapiência. No entanto, a Igreja já provou ao longo de séculos, desde o seu início, que é feita por gente de coragem e que consegue ultrapassar e vencer os revezes, por mais agrestes e de trato difícil que possam ser.
Por isso, a Igreja deverá olhar o problema de frente, agindo de modo veemente e direto, porque tal se impõe. A par, avançar com a promoção e realização de formações dirigidas também aos agentes pastorais e aos cristãos sobre a visão que tem da sexualidade (Obra “Teologia do Corpo”, de João Paulo II). Estas ações ajudarão a resolver e a dissipar o ambiente de constante apreensão que se vive, convindo agir com equilíbrio e bom senso, ao encontro de respostas que debelem a suspeita e o receio, rumo à segurança e tranquilidade.
O desafio passa por Saber ACOLHER, Saber ESCUTAR, Saber ACOMPANHAR, as vítimas, as famílias e os abusadores. Para isso, temos de atuar com humildade, mas igualmente com intrepidez, para reduzir a desconfiança e transformá-la rapidamente em ESPERANÇA e CONFIANÇA.