Saboreando o encontro da Legião de Maria na recente jornada sobre a Eucaristia e, reflectindo alguns pontos e palavras que o nosso Assistente Espiritual Diocesano, padre Manuel Victor de Pina Pedro, nos deixou, é sempre difícil aprofundar o infinito valor da Santa Missa.
No seu acolhimento inicial, não perdeu tempo com as apresentações, embora muitos já se conhecerem, mas era vasto o programa a apresentar. Com pessoas oriundas de quatro dioceses – Leiria, Coimbra, Santarém e Lisboa – convidou ao silêncio com as palavras eloquentes do saudoso S. João Paulo II:
“COM MUITO SILÊNCIO, MUITA ESCUTA. COM MUITA ESCUTA, MUITA SABEDORIA”
Os melhores bens estão na Eucaristia, na sua dimensão sacramental. Temos quatro livros essenciais que regem a vida da Igreja para a meditação Sacramental Eucarística mais profunda. Da Bíblia, ao Catecismo da Igreja Católica, ao Direito Canónico, e os documentos do Concílio Vaticano II, os fiéis têm em sua honra o intenso conhecimento do Santíssimo Eucarístico, vivo, inteiro, comungando e adorando o Senhor.
A Eucaristia é o Sacramento do Amor; vamos então receber a capacidade de amar.
Percorrendo vários episódios dos livros apresentados, focou pontos essenciais da vida de grandes Santos, tal como: S. João Maria Vianey, aquele “que ninguém dava nada por ele”, colocado na aldeia mais pobre e longínqua, com intensa adoração ao Santíssimo Sacramento, não só converteu a sua paróquia como toda a França e as peregrinações foram constantes. Na sua humildade e simplicidade, bem respondeu ao seu Bispo: “Se Sansão matou mais de mil filisteus com uma queixada de burro, o que não fará Deus com um burro inteiro?” (o riso fez-se ouvir na sala). São dele estas palavras: “Todas as boas obras do mundo juntas não equivalem ao Santo Sacrifício da Missa, porque são obras dos homens, enquanto a Missa é obra de Deus. Na Missa o próprio Jesus Cristo, Verdadeiro Deus e Verdadeiro Homem, oferece-se ao Pai para remissão dos pecados de todos os homens e ao mesmo tempo presta-Lhe uma Honra infinita”. Mais tarde, foi nomeado Padroeiro dos Sacerdotes.
Como foi a vida de São Francisco de Assis e de Santa Clara, que quando os serracenos invadiram Assis para a destruir, Clara joelhou-se aos pés de Jesus no Sacrário, com fé rezou e implorou e eles abandonaram a cidade.
O testemunho de vida inigualável e ímpar de Santo Padre Pio, cuja celebração não demorava menos de três horas. E, o Santo Padre conhecedor disso, enviou lá um Bispo para se certificar. Quando no fim o Bispo o advertiu, que três horas era tempo demais, apenas disse: “a Missa é a Paixão do Senhor e Ele esteve três horas no Calvário”.
Também S. João Bosco e São João Paulo II, grandes apóstolos da juventude, porque passavam muitas horas junto do Sacrário para receber as graças necessárias. No nosso país temos a Beata Alexandrina de Balazar, que viveu dezenas de anos alimentada somente pela Eucaristia.
O Sacrário é a Luz que dissipa as nossas trevas, é a Fonte que branqueia as manchas da alma. Não deixemos Nosso Senhor sozinho no Sacrário. Conhecemos muitos milagres sobre a real presença de Jesus na Hóstia, salientando alguns na Itália e em Portugal temos o de Santarém. O que foi mais importante que Nosso Senhor fez por nós? Os milagres???? Não… o mais importante foi a Cruz, a Sua Paixão e Morte, somente por Amor. O Seu gesto supremo de amor apresentado ao Pai: “Pai, perdoa-lhes porque não sabem o que fazem”…
Realizou a Última Ceia naquela Quinta-feira Santa, para que não se perdesse o acto de amor supremo que a seguir ia viver. A Missa não é a simples realização simbólica da Quinta-feira Santa. Missa, Última Ceia e Cruz são um mesmo Sacrifício. Sem a Missa estamos perdidos. A Missa é a Sua presença viva no meio de nós.
Ora, os fins da Legião de Maria atingem o centro da Eucaristia. Pede, por intercessão de Maria a graça do Espírito Divino que se espalhe na face da terra. O Manual é dos livros mais bem planeado, pensado e escrito, para incluir os fiéis em gestos de amor, devoção, sacrifício, heroísmo, baseados na Eucaristia. A vida de cada membro está na participação de Missa diária. A maior obra de Maria foi a sua presença firme aos pés de Jesus na Cruz, no Calvário. O maior tesouro que temos é a Eucaristia. É o acto maior, mais sublime e mais santo que se celebra todos os dias na terra. Quem abandona a Eucaristia vive triste e desorientado. A Santa Eucaristia é um duplo banquete: da Palavra e do Pão. As duas partes fazem a Unidade.
O melhor caminho para conhecer a Palavra é Maria. Estejamos, pois, atentos à Sua Palavra que nos vem pela pregação. “ Aquele que Me ama, escuta e guarda a Minha Palavra”
Recebemos testemunhos das pessoas presentes que ficaram a entender melhor o sentido da Missa.
“Desde as palestras, almoço, oração e Eucaristia, tudo foi bom. Precisamos de mais assim”. “Aprendi muito sobre a Santa Missa e sobre a vida do Santo Pe. Pio e com a homilia do Padre”. “Foi forte e sentiu-se a presença de Jesus. Foi um dia bem passado e Deus permita que se façam mais encontros como este. Bem haja!” “Foi um dia muito produtivo, terminando com a Santa Eucaristia”.
Na verdade, este encontro levou-nos a “redescobrir a Eucaristia como encontro com Cristo e fonte de vida cristã”.
Agradeço ao Pe. Manuel Pina Pedro, a todas as pessoas que ajudaram e participaram no encontro e ao Seminário, pela impecável harmonia e organização.