Os jovens na peregrinação: encontros que marcam, que abalam e que mudam

Neste primeiro ano de um biénio dedicado aos jovens, o foco está na abordagem da fé como um caminho de encontros. E foi nesta direção que o Serviço Diocesano de Pastoral Juvenil  (SDPJ) apostou para a planificação do programa para os jovens desta que foi a 87ª Peregrinação Diocesana a Fátima.

Partindo do princípio de que, ao longo da vida, cada pessoa vive encontros que a marcam, que a abalam e que a mudam, e, principalmente, de que estes encontros são cruciais na vida dos jovens que, talvez mais do que qualquer outra faixa etária, atravessam um período marcado pela tomada de decisões e pelo planeamento e projeção do futuro, o SDPJ pensou que seria interessante proporcionar aos jovens da diocese de Leiria-Fátima experiências de confronto com contextos diferentes do seu dia a dia, que, por sua vez, proporcionariam oportunidades de crescimento humano e cristão, em ordem ao projeto pessoal de vida de cada um. Traduzindo isto por miúdos, o programa para jovens consistiu, nada mais, nada menos, do que num programa de voluntariado social.

Foram 12 as instituições que ao longo da tarde de sábado, dia 6 de abril, receberam a visita de jovens com idades compreendidas entre os 15 e os 35 anos, que foram preparados para animar, conversar, dançar e cantar, mas que talvez não tenham ido preparados para trazer das instituições o coração mais quente do que levaram.

150 aos encontrões

Na manhã de sábado, a chuva, o vento e o granizo anteviam um dia frio e escuro. Os mais de 150 jovens que se reuniam no salão da paróquia de Fátima chegaram sem saber bem o que os esperava. E a verdade é que o encontro que ali tiveram pouco passou de um pequeno encontro, um Encontrinho, consigo mesmo, na medida em que foi posta à prova a sua resistência a comportamentos que não são próprios do seu quotidiano, como “um beijinho com baba”.

O grande encontro, o Encontrão, aquele que abala, marca, que muda a vida, só aconteceu algumas horas mais tarde, alguns quilómetros mais longe, na Unidade de Cuidados Continuados Bento XVI, no Centro João Paulo II, no Lar Fátima Sénior, na Casa do Clero, no Lar Betânia, no Lar Amor de Deus, na Casa S. Miguel, no Lar Santa Beatriz da Silva, no Lar Primus Vitae, na Fundação Arca da Aliança, na Casa do Bom Samaritano e no Lar Mater Dei, com crianças, jovens, adultos e idosos, com ou sem deficiências e demências.

O que cada um sentiu em cada uma destas casas, só cada um o pode dizer, mas é certo que quando se deu o Reencontro, quando todos se voltaram a juntar, um silêncio de gratidão encheu o Albergue do Peregrino e comoveu o coração de todos os que assistiam: a equipa do SDPJ e o bispo D. António Marto, que se juntou aos jovens naquele momento.

Confiando a Maria, mãe de Deus, mãe de todos os homens, mãe dos mais frágeis, aqueles com quem estiveram no encontrão da tarde, de vela acesa, caminharam com D. António Marto, qual ovelhas atrás do pastor, até à Capelinha das Aparições onde, em silêncio, se deu o Encontro com Maria, que antecedeu o jantar e a revisão do dia de que todos precisavam.

O encontro maior

Encontrarás foi o nome dado à vigília que encerrou o dia: Encontrarás o significado de todas as pessoas com quem te cruzaste, de todos os momentos que viveste. Encontrarás Deus em cada uma dessas pessoas e em cada um desses momentos. Encontrarás o sentido da tua vida em todos os encontros que tiveste neste teu caminho de fé. Encontrarás o que te fez arder o coração e o que transformou um dia que se antevia frio e escuro, por causa da chuva, do vento e do granizo, num dia quente e cheio de cor.

No dia seguinte, foi com toda a diocese que estes 150 jovens se encontraram, no programa geral da Peregrinação: na caminhada até à Capelinha, na recitação do Rosário, na Eucaristia. Encontrei! Encontrei este Deus que me chama de filho e me mostra que pertenço a esta família que é a Igreja. Encontrei este Deus que coloca no meu caminho pessoas, momentos e encontros que sacodem, abalam e mudam a minha vida. Encontrei!

“Quando aceitei a ida a este encontro, pensei que fosse um encontro banal e igual a muitos outros, mas não, foi diferente e especial, no bom sentido, claro.


Testemunhos

Começámos por conhecer vários jovens da diocese que nunca tínhamos visto antes e já adivinhávamos que neste curto mas cansativo fim de semana nos íamos divertir bastante. Logo após este primeiro encontro formámos grupos para ir fazer voluntariado, que, para mim, foi das coisas mais gratificantes desta aventura: arrancar um sorriso daqueles idosos, fazê-los sentir que tinham ali alguém para passar um pouco de tempo com eles ou puxar alguns da cadeira para verem que afinal ainda não perderam o jeito para um pezinho de dança.

O dia prosseguiu com um momento de partilha entre as diferentes pessoas que foram aos diferentes locais de voluntariado, o que revelou que os sentimentos eram comuns entre todos.

Antes de irmos para o local onde iríamos dormir ainda tivemos uma pequena vigília, onde deu para refletirmos sobre o nosso dia tão gratificante, e de seguida, nos dormitórios, adormecemos rapidamente de tão exaustos.

O último dia, mas não menos importante, domingo, foi momento para a missa com o nosso bispo, D. António Marto, que tem um enorme carinho por nós, jovens, e que mostrou isso passando uma parte da tarde do dia anterior connosco, e referindo-se várias vezes a nós durante a Eucaristia.

É de salientar, ainda, a organização do SDPJ, que nos proporcionou, e decerto o voltará a fazer, ótimos momentos entre jovens, que fazem a diferença nas nossas vidas e na vida de quem mais precisa.

Para finalizar, aconselho toda a gente a participar em iniciativas como esta, que, primeiro, nos fazem sentir com maior vontade de fazer voluntariado e ajudar os outros, porque sentimos que nunca é o suficiente e que podíamos estar sempre mais um pouco, e, segundo, porque é um convívio incrível. Aliás, é como se tivéssemos saído de um terapeuta: muito cansados mas, acima de tudo, com uma enorme paz de alma.”

Alexandre Santos, 10º ano, Igreja Velha (Colmeias)

“Na Peregrinação Regional a Fátima, que ocorreu nos dias 06 e 07 de abril, tive a sorte de pertencer a um grupo de jovens com a missão de ir conhecer uma outra realidade. Escolhi ir fazer voluntariado para a casa do Bom Samaritano, uma casa que aloja meninas com deficiência mental. De início estava com receio de não estar à altura do desafio, mas assim que entrei na sala cheia de  meninas o meu receio desapareceu. FOI A MELHOR EXPERIÊNCIA DA MINHA VIDA!! Fomos muito bem recebidos, emocionei-me por ver a quantidade de amor naquela casa! Aprendi a dar ainda mais valor a todas as coisas que tenho na vida. Aprendi que posso falar com o olhar, com um simples gesto, um sorriso… A verdade é que todos nós somos diferentes e são essas diferenças que nos tornam únicos. O problema é que a sociedade, infelizmente, julga e coloca de parte todas as pessoas únicas, porque na verdade não têm a noção que são essas pessoas que podem colorir o mundo. Saber que essas pessoas têm sonhos e fazem de tudo para os concretizar enche-me o coração.

A certa altura esqueci-me completamente que estava perante meninas com deficiência mental… para mim, estava perante criações de Deus que, apesar de todos os seus problemas, colocam as limitações de lado e partem em busca da felicidade. GOSTEI MESMO IMENSO!!”

Catarina Brito, Agrupamento 63, Marinha Grande

“Sair do sofá e calçar as sapatilhas nem sempre é fácil, principalmente quando as previsões meteorológicas não são as melhores. Ainda assim, lá partimos em Peregrinação Diocesana Jovem a Fátima, e eu nem sabia ao certo para o que ia nem o que me esperava. Este fim-de-semana foi passado entre novas pessoas que fui conhecendo e rostos do passado que ia reencontrando. Mas mais que isso, estes dois dias foram um tempo de partilha. Uma partilha não de bens materiais, mas de algo que nem sempre damos: Tempo. Uma partilha do nosso tempo com quem mais precisa dele. Aqueles de quem nos vamos esquecendo ao longo do nosso dia-a-dia: idosos, crianças e jovens em casas de acolhimento, pessoas com algum tipo de doença ou deficiência. E é incrível como ao dispensarmos um par de horas do nosso dia conseguimos fazer o dia de alguém. Seja a cantar com eles, a brincar e fazer jogos, a ajudar na hora do lanche ou do jantar, ou simplesmente a conversar e a trocar histórias. Entre chuva e frio, fomos oferecendo o nosso tempo, e o fim do dia de sábado foi dedicado a agradecer a Deus todas as oportunidades e pessoas que Ele tem posto no nosso caminho. Foi sem dúvida em fim-de semana difícil, mas recompensador. Recordo e partilho algo que foi dito ao meu grupo na nossa tarde de partilha: “Vós sois o fermento das Jornadas Mundiais da Juventude”. Que assim seja.”

Ana Neto, Vermoil

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