Ordem de São Domingos

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Os dominicanos, com carisma misto de contemplação e ação, foram fundados por S. Domingos de Gusmão em 1215. Cumprindo o lema de “louvar, bendizer e pregar”, a Ordem Dominicana entrou em  Portugal logo em 1217. À diocese de Leiria-Fátima chegou apenas em 1943, com a criação de uma Escola Apostólica na Aldeia Nova.

 

 

Contemplação e pregação há 800 anos

A Ordem de São Domingos está a comemorar, portanto, os 8 séculos da sua fundação. A celebração oficial está reservada para o dia 22 de dezembro de 2016, aniversário da data em que o Papa Honório III aprovou a Ordem dos Pregadores, nome por que também é conhecida. Quando o fundador quis apresentar a sua Regra, ainda ao anterior Papa Inocêncio III, este mandou-lhe escolher uma já existente, conforme havia determinado o IV Concílio de Latrão. Assim, a nova ordem iria adotar a regra de Santo Agostinho, que S. Domingos já vivia como cónego na catedral de Osma (Espanha).

Ainda hoje, como desde os primeiros tempos, os dominicanos assumem um papel importante na Igreja no ministério do anúncio, moldado sobre a missão dos Apóstolos de levar a Boa Nova a todos os povos. Uma evangelização para a qual se preparam com o estudo académico da Sagrada Escritura, mas também com a contemplação dos mistérios da salvação nela contidos.

A Ordem chega a Portugal um ano após a fundação, com a vinda do frade dominicano Soeiro Gomes, companheiro de S. Domingos. Em 1218 é aberto o primeiro convento, em Montejunto, depois trasladado para Santarém. Em 1275 é fundado o Vicariato de Portugal da Província Ibérica e, em 1418, o Papa Martinho V confirma a ereção da Província de Portugal. Quando são extintas as ordens religiosas no País, em 1834, esta província tinha 24 conventos.

 

Fátima e a restauração da Província Portuguesa

2015-02-04 sopra2Um grupo de dominicanos irlandeses irá manter-se no convento do Corpo Santo, em Lisboa, donde partirá o movimento de restauração da Província Portuguesa, por ação do padre Domingos Maria Frutuoso, que professa em 1893 (viria a ser nomeado bispo de Portalegre em 1920). Mas são precisos três conventos e o processo iria ser longo e penoso, passando por nova expulsão dos religiosos pela República de 1910.

A Casa do Imaculado Coração de Maria é a primeira da Ordem na diocese de Leiria-Fátima, para acolher a restauração da Escola Apostólica, em 1943, na Aldeia Nova, Olival. Em 1969 seria elevada a Convento, reduzido em 1974 a simples casa religiosa e, desde 1990, apenas filial do convento de Fátima.

Mas é com a compra de um terreno na Cova da Iria, em 1946, que se dá o verdadeiro impulso para a restauração da Província Portuguesa dos dominicanos. Com a ajuda da Província do Canadá, iria erguer-se ali o Convento de Nossa Senhora do Rosário de Fátima, em 1952, acolhendo o noviciado e o centro de estudos. Dez anos depois, seria restaurada a Província Portuguesa e é em Fátima que se realizam os primeiros e a maioria dos capítulos provinciais.

Além da formação, da oração e da vida fraterna, os dominicanos desta comunidade dedicam-se atualmente a colaborar em capelanias na Diocese, na promoção do Rosário, na dinamização da “Livraria Verdade e Vida” e no acolhimento a peregrinos.

 

São Domingos de Gusmão

São Domingos nasce em 1170, em Caleruega (Espanha) e é feito cónego em Osma aos 26 anos. Recebeu esmerada educação familiar (seu mãe Joana de Aza e seu irmão Manés foram beatificados) e dedica-se com grande ardor à pregação, combatendo os efeitos da heresia daqueles tempos, que muito o sensibilizavam. Para promover essa ação, funda em 1207 a Ordem das Monjas Dominicanas, em Prouille, e a dos Dominicanos em 1215, em Toulouse, como pregadores diocesanos. Morreu em 1221, ao regressar da pregação na Missão do Norte de Itália, e foi canonizado em 1234, quando a sua fama de santidade já se espalhava universalmente.

 

 

Confraria do Rosário Perpétuo

Uma tradição referida por muitos Papas aponta S. Domingos como instituidor do Rosário. Os dominicanos preservam esse legado com especial amor, como promotores do Rosário por todo o mundo. A Confraria do Rosário Perpétuo, também denominada Guarda de Honra da Santíssima Virgem, é uma das obras nascidas neste contexto. Trata-se de uma associação de fiéis que visa “assegurar um louvor contínuo em honra de Nossa Senhora, como Mãe de Deus e nossa Mãe, e alcançar o favor do seu perpétuo socorro, intercessão e proteção junto de Deus”. Para tal, os associados comprometem-se a fazer regulamente esta oração mariana, com diversos graus de intensidade possíveis.

 

Frei Alberto Carvalho Ribeiro Almeida

Uma vida dedicada ao ensino e às crianças abandonadas

“O padre Alberto dedicou a maior parte da sua vida ao ensino e às crianças abandonadas. Ainda a recuperar das mazelas de um AVC, passa os dias no Convento dos Dominicanos entre sessões de fisioterapia, leituras e visitas dos familiares e amigos. O AVC roubou-lhe a destreza das pernas mas não lhe retirou a lucidez e a boa disposição. Bom conversador e sorridente, desfia a história da sua vida” – In Notícias de Fátima, 23-01-2015.

A vida do frei Alberto tem sido e continua a ser para todos nós um estímulo, um exemplo de amor, de entrega, de dedicação a Deus e ao próximo. Durante estes anos de vida consagrada e sacerdotal, procurou ser sempre um verdadeiro trabalhador da vinha do Senhor, com verdadeiro espírito de serviço; por isso, deu e continua a dar uma profunda marca de simplicidade em todos aqueles que com ele trabalharam, ou estiveram sob a sua responsabilidade. Não admira, pois, que há uns anos tenha sido condecorado com a medalha do Município de Ourém. Damos graças a Deus.

Mas é o próprio que nos resume melhor a sua vocação e entrada na Ordem Dominicana:

2015-02-04 sopra3Nasci a 21 de Setembro de 1925 em Cortiçô da Serra (Celorico da Beira), diocese da Guarda. Aos 24 anos conheci a Ordem Dominicana, era então professor primário, em Fátima. Vi que era ali que o Senhor me queria, entrei e fiz o noviciado em 1955. Fui ordenado sacerdote em 1960, no Mosteiro Pio XII, em Fátima, por D. João Pereira Venâncio, Bispo de Leiria. Fui capelão na Moita até 1962 e professor no Seminário Dominicano da Aldeia Nova, de 1962 a 1974, acumulado a função de capelão do Cercal, Aldeia Nova e Ninho de Águia. Após o 25 de Abril de 1974, fui pároco do Olival durante oito meses e subdiretor da Casa da Criança – Obra do Frei Gil, na Aldeia Nova, de 1975 a 1999.

Desde esse ano, integro a comunidade do Convento de Nossa Senhora do Rosário, em Fátima. Entre outros trabalhos, tenho colaborado na revista mensal “Rosário de Maria” e no boletim trimestral “Rosário e Vida Cristã”. O Secretariado Nacional do Rosário pediu-me que escrevesse sobre a Casa da Criança para, através do Apostolado do Rosário, dar a conhecer melhor esta obra maravilhosa fundada pelo frei Gil Alferes. Assim nasceu o livro “Frei Gil e a Sua Obra”.

Dou graças ao Senhor por tantos dons e graças que me tem concedido. Recordo com alegria o dia 2 de Abril de 2010, em que celebrei o meu 50.º aniversário de ordenação sacerdotal. Dou graças a Deus, a Nossa Senhora do Rosário e a S. Domingos de Gusmão.

Frei José Carlos Vaz Lucas, Promotor do Rosário e subprior do Convento de Fátima

 

Números…

…no mundo

Em mais de 100 países

Cerca de 7.000 frades

… em Portugal

Casas: 3

Membros: 27

… na Diocese

Casas: 1

Membros: 6 padres e 1 irmão cooperador

Mais novo: 44 anos

Mais velho: 89

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