O Sínodo começou há já algum tempo na nossa igreja universal e também na paróquia dos Pousos. Após algum tempo de preparação e formação, foram lançados alguns grupos de trabalho na nossa comunidade, bem como nas diversas comunidades à nossa volta. Portanto, digamos que este pedido do bispo de Roma está em movimento tal como o nome “sínodo” (caminhar com) indica. Das primeiras reuniões, tiramos desde logo algumas conclusões muito interessantes: falamos de acolhimento, escuta, partilha, união, entre tantas outras coisas.
Pois bem, falemos um pouco desta experiência (participar nos grupos sinodais), explicando-o pelas palavras do Papa Francisco, que nos convida a todos a fazer este caminho: “Fazer sínodo é um exercício lento, talvez cansativo, para aprender a ouvir-nos uns aos outros (bispos, padres, religiosos e leigos) todos os batizados, evitando respostas artificiais e superficiais, respostas de pronto-a-vestir. Fazer sínodo é descobrir, com admiração, que o Espírito Santo sopra de modo sempre surpreendente para sugerir percursos e linguagens novos. O sínodo é um caminho de discernimento espiritual, de discernimento eclesial, que se faz na oração, na adoração, em contacto com a Palavra de Deus… A Palavra abre-nos ao discernimento e ilumina-o.”
Convido-vos a redescobrir uma leitura do evangelho de S. João: A Barca de S. Pedro (JO21, 1-14) que serviu de texto introdutório numa das reuniões onde estive presente e através do qual podemos aprender a estar em igreja. (Trata-se de um texto em que Jesus convida Pedro a lançar as redes para a pesca; e , contrariamente à expectativa do apóstolo, a rede trouxe não apenas peixes, mas numa abundância nada usual).
Algumas notas:
– Imitando a relação de proximidade de Jesus e os seus discípulos “Amigos, têm alguma coisa que comer?”
– Estar atento à presença de Jesus no nosso quotidiano “É o Senhor!”
– Entregarmo-nos ao seu encontro “e lançou-se à água”
– Aceitar a missão que nos é confiada “Deitem a rede para o lado direito do barco”
É também a isto que somos convidados, estar em igreja, mas numa igreja onde a comunhão seja verdadeira, onde a participação seja livre e verdadeira e a missão seja uma responsabilidade de cada um. “Nunca somos uma Igreja perfeita“ como podemos encontrar no texto do Pe. José Augusto publicado na revista da diocese (rede) e assim, o nosso olhar sobre Ela (Igreja) também não é perfeita. Mas esta igreja, da qual fazemos parte, não deseja ficar parada nos ritos e na tradição, quer abrir-se a todos; porque também na Igreja que conhecemos há uma enorme diversidade de dons e carismas, de ministérios e de maneiras de estar… E tal como na Igreja primitiva, somos chamados a convidar e acolher quem está à nossa volta. Acho que este Sínodo é também uma forma de agradecer a diversidade dentro da igreja.
Convido-vos a reunirem-se em grupo sinodal, orientados pelo guião sinodal “Consulta ao Povo de Deus – Questionários”, proposto e elaborado pela comissão sinodal da diocese Leiria-Fátima. Podem encontrar este guião no site sinodo.leiria-fatima.pt, na igreja da nossa paróquia ou falando comigo.
Por fim, resta partilhar que o Sínodo não se esgota nas palavras, nos apontamentos ou em conclusões: o Sínodo atinge-se na mudança e no crescimento que acontece em todos e cada um de nós em momentos como este, em que, na força da oração e na presença de Cristo, por via de uma discussão honesta, pura, sem tabus ou dogmas, conseguimos evoluir para que juntos possamos ser cada dia melhores e tornar a nossa Igreja também ela melhor, mais inclusiva, uma Igreja de todos e para todos.