“Nuno, o homem e o santo!” em exposição

No dia em que a Igreja invoca a sua memória, importa recordar esta figura maior da nossa história, pois também ele viveu em tempos difíceis de crise dinástica, que provocou fortes divisões no tecido social e político, pondo em perigo a identidade e independência de Portugal.

É nome de exposição colectiva de pintura (Ana Oliveira, Conceição Mendes, Gabriel Lagarto, Lena Perdigão, Nuno Gaivoto e Roberto Chichorro) alusiva a São Nuno de Santa Maria, patente ao público na Galeria da Vila Medieval de Ourém, até ao próximo dia 6 de Dezembro.

No dia em que a Igreja invoca a sua memória, importa recordar esta figura maior da nossa história, pois também ele viveu em tempos difíceis de crise dinástica, que provocou fortes divisões no tecido social e político, pondo em perigo a identidade e independência de Portugal.

Ultrapassando saudosismos e assumindo, com esperança, o tempo que nos é dado viver, pedimos a artistas de Ourém das áreas da pintura e do teatro que nos ajudassem a trazer para o diálogo social e cultural, eclesial e espiritual a pessoa e obra do Santo Condestável, figura incontornável da história nacional e local cuja vida pode ser fonte de inspiração para responder aos desafios do tempo presente.

D. Nuno não é apenas o herói nacional, homem corajoso, austero, coerente, amigo da Pátria e dos pobres…, ele é também um homem santo! Contudo, se é certo que todos os santos são filhos do seu tempo e devem ser interpretados com os critérios próprios da sua época, também é verdade que há em São Nuno valores da maior relevância para os nossos dias.

Precisamos de figuras como a dele! Pois são homens e mulheres assim que fazem despertar a confiança e o dinamismo de uma sociedade e a levam a vencer as crises.

A crise actual tem origem no vazio de valores. O esbanjamento, a corrupção, a ganância, a busca imparável de bem-estar material, o relativismo que facilita o uso de todos os meios para servir interesses pessoais ou de grupo, geram angústia e revolta, injustiça e pobreza que ameaçam as bases sobre as quais se organizam as nossas sociedades.

Neste contexto, o testemunho de São Nuno constitui um forte incentivo para a mudança em favor da justiça e da fraternidade, da promoção de estilos de vida mais sóbrios e solidários, e de iniciativas de partilha de bens.

Valorizar a sua pessoa e obra significa acolher o apelo ao exercício de uma cidadania mais responsável e participativa no serviço ao bem comum, a começar pelos mais frágeis, qual expressão do melhor humanismo que dignifica todos os intervenientes.  

Convido os interessados a passar pela Vila Medieval de Ourém e a vista esta notável exposição.

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