17º Encontro Nacional da Família Vicentina
Decorreu no dia 5 do passado mês de Outubro em Fátima, o anual encontro nacional da família vicentina, reunindo dezenas de conferências diocesanas. A nossa Diocese como anfitriã, foi a que reuniu maior número, embora com poucos participantes, relativamente a outras dioceses do país.
Do programa deste ano, constou como sempre o “Acolhimento” junto da Cruz Alta, em pleno santuário. Seguiu-se a Eucaristia na Basílica da Santíssima Trindade. Depois o almoço e devoções pessoais junto da capelinha das aparições e outro locais que fazem parte do roteiro do santuário.
De tarde o encontro no Centro Pastoral Paulo VI, com a habitual concentração no mesmo, este ano não tão composto, como em anos anteriores. Foi um espaço de saber, conhecimento, entretenimento e partilha.
O tema deste ano foi, “ESTEJA ONDE ESTIVER. É AÍ QUE DEUS ME QUER”.
35º Encontro da Pastoral Social e da Saúde
Decorreu numa das unidades hoteleiras em Fátima, o trigésimo quinto Encontro da Pastoral Social e Pastoral da Saúde. O tema escolhido este ano foi “ENVELHECER”.
Para lá de um painel de conferencistas de grande conhecimento, e de uma clareza na maioria de louvar, foram os subtemas ligados ao tema escolhido.
Foram 3 dias, ou melhor uma tarde no primeiro dia, um dia completo, o segundo e uma manhã, no terceiro, onde estiveram três irmãs e um irmão vicentinos da nossa Conferência Vicentina.
O encontro teve na abertura as palavras sábias, claras e apelativas do bispo D. José Traquina, presidente da CEPSMH.
Desde da menção do livro bíblico “Ben Sirá”, a São Paulo, passando pelo 4º mandamento “Honrar pai e Mãe”, tem que se ter muita capacidade e sabedoria, pois vão-se perdendo capacidades. A bondade, paciência, inteligência social, o serviço espiritual, o apoio e os sacramentos, têm e devem estar sempre presentes para quem cuida.
Depois da conferência de abertura, ENVELHECIMENTO: UM OLHAR SOBRE A REALIDADE PORTUGUESA, por Maria João Valente Rosa, seguiu-se o ENVELHECIMENTO E PASTORAL, com o cónego António Janela e “Vida Ascendente”, Movimento Cristão de Reformados, com Marta Melo Antunes. António Janela, começou por apresentar o tema numa perspectiva Urbana.
O medo do abandono/solidão, já que nas cidades existe um maior isolamento, falta de relacionamento, maior distância familiar incluindo os filhos. Daí à perda da autossuficiência, da qualidade de vida, dos idosos nos hospitais, onde por vezes a escolaridade é muito baixa, conduzem mais rapidamente à Pobreza.
É necessário e premente, uma Caridade Evangelizadora e uma Pastoral Orgânica.
Marta de Melo Antunes, apresentou três pilares na sua intervenção. Viver frontalmente, aprofundar a Fé e seguir o exemplo de São João Paulo II.
No segundo dia, foi a intervenção do bispo auxiliar do Porto, D. Roberto Mariz, que com a força da sua juventude, mereceu não só a atenção, como até grande anuência da vasta plateia. O tema também mereceu por si só, a maior aprovação: CENTRO SOCIAL PAROQUIAL: IDENTIDADE E MISSÃO.
A acção social da igreja e das suas IPSS, tem que ser lugar de CENTRALIDADE E CREDIBILIDADE. A SOLIDARIEDADE, tem que estar na centralidade da Fé Cristã. A doutrina social da Igreja, tem que ter e dar o impulso para a acção social!
Jesus com a sua vida e Parábolas, fundamentou a Fé.
Os “Estatutos” das IPSS, têm que ter uma “Matriz Cristã”!
Já na parte da manhã o Padre José Manuel Pereira de Almeida, da CEPSMH, F-UCP, na sua exposição “ENVELHECER: UMA PERSPECTIVA ÉTICA”, tinha utilizado a figura de uma velha macieira, que dá frutos novos todos os anos. Envelhecer com sabedoria, sinceridade e em relação com os outros, sendo verdade que se tem mais “Tempo” e “Espaço”, quer para melhor planear, quer para suportar o “Peso do passado”.
É verdade que as dores limitam não só o movimento, como a disposição. Também as memórias mais recentes são por vezes esquecidas mais rápido, daí o sofrimento pelo esquecimento. Mas por exemplo, a oração é mais simples e espontânea.
Envelhecendo juntos, existe encontro de gerações, paciência, levando quem cuida de quem cuida, a um maior diálogo, respeito recíproco para poder perdoar!
No painel “ESTE PAÍS É PARA VELHOS? MIGRAÇÕES E ENVELHECIMENTO EM PORTUGAL”, as duas conferencistas, Liliana Azevedo, socióloga, investigadora e Rosa Cabecinhas, professora do Departamento de Ciências da Comunicação e investigadora, salientaram vários tópicos relacionados com o tema em questão. Temos uma Imigração de trabalho e de reforma. O regresso de emigrantes com a permanência dos avós. Temos ainda os refugiados idosos. Tudo isto lançam vários desafios, como a desigualdade, a justiça social e fiscal, onde a saúde deve ser baseada na Religião/protectora.
A idade, a classe social, o género, a nacionalidade, tudo são factores a ter em conta. Os Imigrantes, fazem o que os “Naturais” não querem ou não podem fazer, levando-os a envelhecer mais rápido.
No ACOMPANHAR PESSOAS IDOSAS, os três conferencistas, Antero Marques, Marisa Arnaud e Juliana Cardoso, com as suas experiências, levaram os, as participantes a ver na “Marca CSVSVP”, Missão e Valores. É necessário investir na formação, isto é, no olhar, falar e gestos! Para que tudo isso leve à erradicação da pobreza!
Também um casal que cuidou e cuida na própria casa, de familiares mais ou menos próximos e até outras pessoas, foram e continuam a ser um exemplo de voluntariado, de amor familiar, de disponibilidade e de amor sociocaritativo.
A manhã do terceiro dia, iniciou-se com o tema saúde mental, onde, Pedro José Borges de Lemos Macedo, licenciado em medicina psiquiátrica, fundamentou a sua tese na Ordem/Desordem, para desenvolver o espaço mental um processo dinâmico. A sensibilidade, o olhar para as pessoas, com espiritualidade, coerência / convergência!
Nos Cuidados Paliativos, Manuel Luís Capelas enfermeiro, doutor em Ciências da Saúde-Cuidados Paliativos e professor, fundamentou a sua tese no melhoramento a qualidade de vida do doente. A ética, o respeito pelos direitos humanos, na saúde pública. A evolução organizada e planificadora, são desafios nessa área. Sensibilização, informação, formação, implantação, são também desafios que levem a uma maior e melhor articulação social da sociedade.
Já Mara de Sousa Freitas, natural da Madeira e doutora em bioética, salientou o facto de viver é envelhecer, sendo necessário ética moral e envolver a comunidade.
O 35º Encontro da Pastoral Social e Pastoral da Saúde, terminou com a conferência ENVELHECIMENTO: UM OLHAR PARA O FUTURO, por Rita Valadas, presidente da Cáritas Portuguesa.
A maior preocupação desta organização nacional, é não só o aumento de pessoas e famílias carenciadas, como a escassez de meios para poder ajudar Todos, todos!
Assembleia Geral Diocesana Anual das Conferências Vicentinas
Realizou-se no último domingo do passado mês de Outubro, dia 29, a assembleia geral diocesana anual das conferências vicentinas. Curiosamente no próprio dia em que se celebra o dia nacional das Conferências de São Vicente de Paulo, em Portugal.
Foi no Centro Pastoral Paroquial “Três Pastorinhos” na paróquia de S. Miguel em Colmeias. Recentemente inaugurado, este belo e funcional espaço, foi praticamente lotado com mais de 130 irmãos e irmãs da comunidade vicentina diocesana.
A mesa foi composta pela direcção do Conselho Central da diocese Leiria/Fátima, pela presidente da Conferência anfitriã e pelo director espiritual, o pároco padre Joaquim Gonçalves.
Depois da sessão de boas vindas, pela Maria Alice Joaquim, presidente da Conferência local, a presidente do Conselho Central, Laurinda Francisco, após a leitura da “Regra” e da oração de entrada, deu início à ordem de trabalhos, dando a palavra ao director espiritual o pároco Joaquim, que fez a “Reflexão”, sobe o tema para a edição deste ano: “Pela estrada da Missão com Maria”. Tema escolhido na sequência da JMJ, que decorreu como todos sabemos no passado mês de Agosto, onde esteve presente o Papa Francisco!
REFLEXÃO
As suas palavras iniciais foram para a Encíclica do papa Francisco “Amoris Laetitia” onde o mesmo fala do Amor, pois sem amor, é muito difícil debruçarmo-nos sobre o trabalho e a missão de ajudar o outro mais pobre e desfavorecido. Referiu de seguida apóstolo e evangelista São João, que já velhinho, apelou ao Amor, explicando que São João, foi o único apóstolo que não foi martirizado!
Referiu também o Evangelho do próprio dia de São Mateus, onde os fariseus e saduceus testaram Jesus, sobre qual era o maior mandamento da lei, tendo Jesus respondido que o 1º “‘Amarás o Senhor teu Deus de todo o teu coração, de toda a tua alma, de todo o teu entendimento! Esse é o maior e o primeiro mandamento. O segundo é semelhante a esse: ‘Amarás ao teu próximo como a ti mesmo’. Toda a Lei e os profetas dependem desses dois mandamentos”. Com tantas leis e obrigações, a resposta de Jesus foi inequívoca, sobre o caminho a seguir: “o caminho do amor”, aceitando as humilhações, pois foi isso que aqueles fizeram a Jesus.
Citou ainda o cardeal italiano Angelo Comastri, que se encontrou várias vezes com Santa Teresa de Calcutá, onde a interpelou sobre o amor e a oração por exemplo, Teresa de Calcutá, com a sua simplicidade e humildade, sempre salientou que “sem o amor de Deus, não é possível amar os pobres”. Que “sem a oração, não seria capaz de ajudar e amar os pobres”. Tudo por amor a Deus, pode mudar a “motivação” para fazer o bem e com o amor de Jesus, somos humildes. “No corpo dos doentes, dos abandonados, dos sofredores, tocamos no corpo sofredor de Jesus”!
Sobre o tema escolhido para este ano, “Pela Estrada da Missão com Maria”, começou por salientar ter sido uma boa escolha, já que a mesma foi baseada na JMJ em Lisboa.
Maria ao “levantar-se” e “partir apressadamente”, soube deixar o “Espírito Santo” actuar, pois pensou mais em Isabel, que em si própria! Um exemplo e uma força para as irmãs e irmãos vicentinos, na sua missão de “misericórdia”. Também a imagem da Igreja em levantar-se apressadamente, deve ser inspiradora para ir ao encontro dos mais necessitados.
Salientou também os problemas de hoje, como a pandemia e as guerras, que aumentam exponencialmente as dificuldades daqueles que ajudam e se “dão” aos outros mais abandonados e sofredores, pois também eles aumentam a cada dia que passa.
Terminou a “reflexão”, salientando o Papa Francisco, que na JMJ, referiu e exortou os jovens sobre as perguntas “quem sou eu” e “para quem sou”. Muito mais importante a segunda, do que a primeira, pois tem que ser a partir do outro, que deixamos o egoísmo onde a primeira nos coloca.
A urgência de acudir, trazendo Nossa Senhora para junto de nós, pois “ela é a estrela da salvação” incitando-nos a não ter medo. Vicentinos e vicentinas, não tenhas medo, em apelar e em trazer os jovens para junto de cada um!
Em seguida a secretária do Conselho Central, a jovem Carina Oliveira, fez a leitura da acta da última Assembleia Geral, referente ao ano de 2022, que decorreu no auditório do Museu Etnográfico do Freixial, na paróquia do Arrabal, não tendo merecido qualquer reparo.
Seguiu-se a intervenção da presidente do Conselho Central, Laurinda Francisco, com uma “reflexão” e “divulgação” sobre “ser Vicentino é”, em substituição do vídeo sobre a vida do patrono e de Frédéric Ozanam, pois a maioria dos presentes, já viram o referido vídeo, dezenas de vezes!
Seguidamente, a “chamada presencial” de cada uma das conferências e a partilha do que cada uma, tinha para expor, entre actividades e maiores ou menores dificuldades.
Estiveram presentes 20 das 28 Conferências da Diocese Leiria-Fátima. Em cinco pontos, o resumo do que salientaram.
1 – Os bens provenientes do “Banco Alimentar” de Leiria, são manifestamente insuficientes. Problema transversal a todas.
2 – A maioria debate-se com o problema do envelhecimento dos irmãos e irmãs. Sendo algumas compostas por menos de uma dezena de irmão.
3 – Algumas, cerca de meia dúzia, debatem-se com o problema de instalações próprias ou dignas para ao desempenho da sua função. Existindo concretamente uma, que paga renda pelas instalações de que dispõe actualmente.
4 – Todas recorrem à realização de eventos próprios e à presença em eventos organizados por outras entidades, (autarquias, paróquias), etc…
5 – Apoiam na totalidade mais de 600 famílias na nossa Diocese, perfazendo mais de 2500 pessoas.
A Conferência de Santa Catarina de Alexandria, da paróquia da Azoia, depois do apelo feito pela presidente do Conselho Central, voluntariou-se na organização da Assembleia geral em 2024.
Antes do final, foi concedida a palavra a José Marques, presidente da CÁRITAS Diocesana, como convidado.
Depois de se apresentar, agradeceu o convite para estar presente numa assembleia de uma outra instituição da Igreja, como são as Conferências Vicentinas. Salientando o facto de ser fundamental e imprescindível hoje, “trabalhar em rede”! Ora, estarmos perante duas instituições da Igreja, não fazia nem faz sentido trabalhar de outra forma. Cada uma com as suas características e funções próprias, há que juntar sinergias para trabalhar em toda a Diocese. Tem que ser um trabalho “sinodal”! A Cáritas diocesana, tem 6, 7 funcionários, sendo uma “casa aberta”. Quanto aos jovens, anunciou que fez um “apelo” aos mesmos na universidade de Peniche. Apelou ainda a todas as conferências a uma maior abertura e colaboração.
Interpelado pela presidente da Conferência da paróquia de Santa Margarida do Arrabal, Maria Júlia Brites, que colocou a questão de existirem ou não outras delegações da Cáritas, esclareceu que de facto existem duas “cáritas paroquiais”, em Fátima e na Caranguejeira, sendo esse facto da responsabilidade dos párocos locais.
Anunciou ainda que no próximo dia 19, “Dia Mundial do Pobre” o senhor bispo Dom José Ornelas vai presidir à missa pelas 10 horas na Quinta do Alçada, Marrazes.
A sessão terminou com a presidente do Conselho Central e toda a assembleia, a fazer a oração da Regra, com o director espiritual, padre Joaquim, a dar a bênção final.
Por fim, seguiu-se um alegre e agradável convívio na sala de festas do Centro Paroquial, onde todos participaram no lanche preparado e oferecido pela Conferência da paróquia de S. Miguel – Colmeias.
Falando com a Maria Alice Joaquim, presidente da Conferência local, a mesma mostrou grande satisfação e alegria, pela iniciativa, que a sua paróquia levou a cabo, pois antes das obras do edifício e da sua inauguração, não foi possível, efectuar a Assembleia geral Diocesana, antes de 2023.